Ricardo Marajó/FAS – Fundação de Ação Social faz campanha junto à população sobre atendimento nas ruas

Equipes da Prefeitura fizeram, na noite de segunda-feira, a abordagem social de um casal instalado com seu cão sob uma marquise da Rua Padre Anchieta, no Bigorrilho. Apesar de os dois serem conhecidos da Fundação de Ação Social (FAS) desde meados do ano passado, quando começaram as tentativas de levá-los para um abrigo, a última abordagem foi possível graças a um contato com a Prefeitura pelas redes sociais.

Mesmo com o esforço, a dupla mais uma vez recusou a oferta de abrigo, alimentação, banho quente e camas limpas, mesmo podendo levar junto o animal de estimação, e abandonou o local. Foi a 32ª tentativa de convencimento desde dezembro. Uma equipe de limpeza pública aproveitou para limpar o espaço e recolher os pertences que os dois abandonaram antes de irem embora.

Atitudes como esta estão sendo incentivadas pela FAS, com a ajuda de uma campanha de esclarecimento da população em geral. “A ideia é que qualquer pessoa, ao ver alguém desorientado ou dormindo em local inapropriado, nos acione preferencialmente pela Central 156”, diz a coordenadora do Resgate Social da FAS, Vanessa Resquetti Pereira.

“Temos uma rede de abrigos, centros pop e outros serviços à disposição, prontos para receber esse público e a população pode ajudar muito. Com informações precisas podemos chegar mais rápido até eles e convencer mais pessoas”, completa. A lei impede que pessoas em situação de rua sejam forçadas ao abrigamento social.

Campanha
A técnica se refere ao folheto que, a partir de agora, reforça a estratégia de notificação do 156 sobre a existência de pessoas instaladas nas ruas. O material começa a ser entregue a taxistas, comerciantes, condomínios, igrejas, ruas, parques e praças. Escolas e universidades serão incluídas no roteiro de distribuição do material assim que começarem as aulas.

No impresso consta o endereço eletrônico da Central 156, www.central156.org.br, onde a comunidade deve comunicar a existência de alguém naquelas condições.

O impresso apresenta dois serviços da FAS voltados para a população em situação de rua: o Expresso Solidariedade, veículo da Prefeitura onde são servidas refeições grátis e frescas por voluntários, e o Disque Solidariedade, serviço de arrecadação mantido com doações de roupas, móveis e utilidades entregues nos Núcleos Regionais da FAS. Os itens arrecadados são repassados às pessoas em situação de rua.

FAS também tem dicas para quem sair das ‘calçadas’
A FAS também preparou outro conjunto de dicas, específicas para quem quer sair das ruas. O material é entregue aos moradores em situação de rua pelos educadores sociais. O primeiro passo, orienta o folheto, é procurar alguém da FAS ou da Guarda Municipal e pedir ajuda. Outro caminho é ligar para a Central 156 ou pedir que alguém ligue e comunique o seu interesse de encontrar pernoite, banho, alimentação ou emprego.

O mesmo material traz informações sobre o atendimento do Consultório na Rua (unidade móvel de atendimento da Secretaria Municipal da Saúde), da Casa da Acolhida e do Regresso (para migrantes ou itinerantes em busca de albergagem ou passagens para retorno à cidade de origem) e dos espaços de convivência conhecidos como Centros Pop.

Para quem teve direitos violados, estão disponíveis os endereços e os telefones dos Creas – Centros de Referência Especializados de Assistência Social.