Divulgação – A Fúria de Luz e o dragão Banguela: paixão entre os últimos da espécie

A animação ‘Como Treinar o Seu Dragão’, de 2010, mostrava um menino viking inseguro que, acidentalmente, fez amizade com um dragão – naquele contexto, o grande inimigo dos vikings. No fim, as duas espécies passaram a se entender muito bem (esse spoiler prescreveu), o que deu origem a ‘Como Treinar o Seu Dragão 2’, de 2014. Passados quatro anos, o viking Soluço e o dragão Banguela estão de volta, em ‘Como Treinar o Seu Dragão 3’, que estreia nesta quinta-feira (17) em Curitiba.

Uma boa sacada na série ‘Como Treinar o Seu Dragão’ é o respeito à passagem de tempo, algo que não costuma acontecer em sequências de animações. No primeiro filme, Soluço é um adolescente inseguro, de uns 12 anos, que não quer ser violento como os outros vikings. No segundo, o personagem aparece uns cinco anos mais velho. Agora, Soluço tem lá seus vinte anos e é o líder dos vikings da cidade de Berk, que convive perfeitamente integrada com seus dragões. Apesar de líder, continua inseguro. Isso se vê logo na primeira cena, em que ele e seu grupo de amigos (vikings e dragões) tentam salvar mais dragões capturados por caçadores.

No navio, porém, há um dragão especial, da mesma espécie de Banguela, só que fêmea, branca e capaz de se camuflar (chamada de “Fùria da Luz”). Ela é o trunfo de Grimmel, um caçador de dragões implacável que quer a cabeça de Banguela – afinal, ele alega ter matado todos os Fúrias da Noite, menos o que acompanha Soluço há anos. A ideia de Grimmel é usar a fêmea para seduzir e atrair Banguela para a morte. Mas os dois dragões se apaixonam de verdade. Ao mesmo tempo, Soluço não sabe bem o que fazer com seu relacionamento com a valente Astrid. E a paixão entre os dragões, com a eventual partida de seu grande companheiro, deixa o rapaz ainda mais inseguro. Tanto que ele não tem certeza se a partida dos vikings para outro lugar – ocorrida após o resgate dos animais no navio – foi a melhor das ideias. Tampouco a perspectiva de ver os dragões migrarem para outro lugar – um mundo lendário que fica “depois do fim do mundo” – agrada o jovem.

Como se trata de uma animação, ‘Como Treinar o Seu Dragão 3’ tem seus momentos cômicos: o jovem Melequento crê piamente que a mãe de Soluço, Valka, é doida por ele; e os gêmeos Cabeçaquente e Cabeçadura brigam mais que nunca. Tem, também, seus momentos de ação, com batalhas envolvendo dragões e vikings. Não há muitos elementos novos, o que é uma vantagem. Mesmo a construção do vilão é similar ao segundo filme: um humano impiedoso que usa dragões a seu favor. E há referências curiosas. Grimmel navega em um “drone” de dragões – uma engenhoca carregada por quatro dragões amarrados em quatro vértices – e dopa os dragões para poder controlá-los.

‘Como Treinar o Seu Dragão’ traz uma mensagem forte da aceitação de diferenças. O segundo versa sobre a importância da harmonia entre os semelhantes. ‘Como Treinar o Seu Dragão 3’, por fim, fecha muito bem a trilogia, mas com uma mensagem ambientalista em tempos de “pets”: os animais devem ser livres. Não devem ser caçados nem enjaulados. Uma versão animal para o ditado “se ama, deixe partir; se voltar, é seu; se não, nunca o foi”.

Soluço e Astrid: sem saber o que fazer