O industrial paranaense ainda está cauteloso em relação ao futuro da economia brasileira. Pelo menos é o que revela o estudo mensal realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que mede a confiança do empresário e como pretende se comportar nos próximos meses com relação às suas decisões. Este índice tem oscilado nos últimos meses, mas ainda permanecido na área de otimismo.

Em outubro, o resultado da indústria de transformação, entre os indicadores de condições e de expectativas, que formam o indicador de confiança, somou 51,9 pontos. Houve queda de 0,3 ponto em relação a setembro, e de 4,7 pontos quando comparado com o mesmo mês de 2017, que foi de 56,6 pontos.

Tanto o índice de condições, que avalia o comportamento da economia e das empresas nos seis últimos meses, quanto o de expectativas, que faz a mesma comparação, mas em relação aos próximos seis meses, diminuíram em relação a outubro do ano passado. Ficaram em 43,9, na zona de pessimismo, e em 55,9, com -10 e -2 pontos, se comparados com o mesmo período do ano anterior, respectivamente.“

O cenário eleitoral influenciou no comportamento do industrial. É no último trimestre que normalmente planejam as ações para o próximo ano. O resultado da pesquisa reforçou que o empresário está aguardando a composição do novo governo para então definir sua estratégia e tomar suas decisões, por exemplo, com relação a investimentos futuros e empregos”, analisa Evânio Felippe, economista da Fiep.

Construção civil

No setor da Construção Civil, o índice de confiança dos empresários, medido na pesquisa deste mês, também ficou três pontos abaixo do resultado de outubro de 2017. Mas, na avaliação mês a mês, houve crescimento de 2,2 pontos, totalizando 53,6 pontos. É o terceiro mês seguido na área de otimismo.

O resultado mostra que, mesmo com a recuperação nos últimos meses, a confiança ainda está em queda em relação ao ano passado. Houve recuperação do índice de expectativas (56,9 pontos), que mede a confiança do empresário em relação ao futuro da economia e da empresa. Apesar de ainda negativo (-3 pontos) em relação a 2017, melhorou bastante em relação a setembro, onde chegou a -9,4. Na avaliação do ano, o resultado de outubro entra na área de otimismo, após quatro meses seguidos de pessimismo. Já o índice de condições também melhorou em relação a setembro (0,8 ponto), mas ainda está 3,2 pontos abaixo do de outubro de 2017, 47 no total, na área de pessimismo. 

De acordo com o economista, a decisão do governo federal de antecipar em dois meses a entrada em vigor do teto de R$ 1,5 milhão para financiamento de imóveis com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), por meio do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), deve contribuir com a recuperação do setor da construção civil. “Tendo em vista que hoje a maioria dos imóveis vendidos são financiados e que o SFH oferece juros mais baixos, o comprador poderá usar estes recursos para dar entrada em um imóvel até de maior valor ou amortizar o saldo devedor. Isso deve reaquecer o segmento e, consequentemente, o empresário deve retomar a confiança na melhora da economia e da empresa. Essa tendência já deve ser confirmada nas próximas pesquisas”, acredita.