Divulgação/Força Sindical – Metalúrgicos realizaram manifestações nas portas das fábricas

Enquanto o presidente Jair Bolsonaro entregava no Congresso Nacional a proposta de reforma da Previdência, as centrais sindicais se uniram em protestos em muitas cidades brasileiras. Em Curitiba, os atos começaram ainda de manhã, com manifestações promovidas pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região na porta das fábricas na Grande Curitiba.
De tarde, as centrais fizeram panfletagem em diversos pontos, como o Terminal Guadalupe, em Curitiba, entregando material para a população advertindo sobre os prejuízos que a reforma apresentada traz para a classe trabalhadora. No próximo dia 20, as centrais sindicais irão realizar um ato na Praça da Sé, em São Paulo, como forma de protesto contra o que eles afirmam ser o fim da aposentadoria.
“Além do trabalhador não conseguir se aposentar, essa reforma praticamente acaba com todos os benefícios assegurados pela Previdência. Se o trabalhador ficar doente, não conseguirá mais se afastar pelo INSS, é isso o que representa essa proposta”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas, durante ato realizado também ontem em São Paulo.
“O novo sistema vai aumentar em cerca de dez anos o tempo de trabalho. Por exemplo: um homem que começa a pagar o INSS com 20 anos, terá de contribuir por 45 anos para ter o direito de se aposentar. Ou seja: vai ter de pagar mais para receber a mesma coisa”, diz nota da Força Sindical.
As manifestações unem a CUT, Força Sindical, CTB, Intersindical, Nova Central, CGTB, CSP-Conlutas e CSB, que elaboram um calendário de lutas em todos os estados aproveitando datas como o Dia da Mulher, o 1º de Maio, além de um dia nacional de paralisação a ser definido.

Para os empresários, projeto corrige distorções e pode impulsionar a economia
O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, considera que a proposta de Reforma da Previdência entregue pelo governo federal ao Congresso Nacional tem potencial para impulsionar a retomada da economia brasileira. “A equipe econômica do governo foi muito feliz ao apresentar uma reforma ao mesmo tempo consistente, que trará reflexos positivos para o equilíbrio das contas públicas, e com viabilidade para ser aprovada no Congresso”, diz.
Em sua opinião, a proposta é um sinal claro de que o governo está realmente disposto a enfrentar o problema do déficit fiscal. “Isso é importante para que o mercado financeiro e o setor produtivo retomem a confiança e voltem a investir no país, o que certamente resultará em uma recuperação mais robusta da atividade econômica e da geração de empregos ainda neste ano”, acrescenta.
Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) — que também emitiu nota sobre o projet — as mudanças são essenciais para incentivar o retorno dos investimentos, do crescimento sustentado e da necessária modernização do país. “A nova proposta de reforma Previdência é bastante abrangente, incluindo servidores públicos federais, estaduais e municipais, trabalhadores da iniciativa privada e políticos”, afirma o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes. “Uma de suas virtudes é exatamente estabelecer que todos os setores da sociedade deverão dar sua contribuição para a solução da questão previdenciária no Brasil”, acrescenta.

Presidente pede apoio do Congresso e diz que futuro do País depende da reforma
Em reunião fechada na presidência da Câmara, da qual participaram ministros e parlamentares, o presidente Jair Bolsonaro pediu ontem o apoio de deputados e senadores para aprovar a proposta de reforma da Previdência. Ele lembrou que é um “amigo” dos presentes e “igual” a eles. Também afirmou que o futuro das novas gerações depende das mudanças previdenciárias.
“Nós temos que juntos realmente mostrar, não para o mundo, mas, primeiro, para nós mesmos, que nós erramos no passado, eu errei no passado, e nós temos uma oportunidade ímpar de realmente garantir para as futuras gerações uma Previdência em que todos possam receber. Este não é um apelo. É uma palavra de amigo. De alguém que é igual a vocês.”
O breve discurso do presidente foi acompanhado pela imprensa oficial. Bolsonaro falou por pouco mais de cinco minutos, indicando que aguarda aperfeiçoamentos ao texto por parte da Câmara e do Senado.