Colaboração

Apesar de a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) garantir que não existe motivo para estocagem de alimentos, os curtibanos lotaram os supermercados da capital paranaense nesta segunda (16) “Também salientamos que os supermercados fazem parte de atividade essencial e que continuam funcionando dentro na normalidade”, diz a nota encaminhada à redação do Bem Paraná pela Apras. Segundo funcionários, o movimento aumentou ainda após o anúncio de medidas para contenção do coronavírus no Paraná pelo governo do Estado. 

A reportagem visitou três suspermercados de bandeiras diferentes e verificou que não faltam produtos, mas as gôndolas de determinados produtos estavam quase vazias, enquanto vários funcionários se esforçavam para repor os estoques . Os produtos mais procurados são papel higiênico, ovos, leite, arroz, feijão, chocolates e água sanitária. Também é possível perceber várias pessoas comprando até 10 itens de um mesmo produto, com claro objetivo de estocar. A Apras promete divulgar nesta terça (17) mais informações sobre a crise do coronavírus e os reflexos no setor. No início da noite desta segunda, 16, havia filas para entrar no Muffato do Portão. 

O presidente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras) e dono da Rede Condor, Joanir Zonta, afirmou que o setor está com os estoques regulares no Paraná. O empresário afirmou ainda que a indústria está produzindo e entregando os produtos normalmente. Em um futuro muito distante, Zonta ressalta que, caso os funcionários da indústria de alimentos contraiam a Covid-19, eles poderão faltar ao trabalho, causando assim um desabastecimento de produtos. “Mas isso é em um futuro, muito distante”, declarou. 

Zonta afirmou ainda que o setor tem acompanhado as notícias da evolução do coronavírus na China e Itália, para antecipar o que estes países já fizeram para controlar o avanço da doença. Como medidas de segurança, Zonta cita o respeito ao distanciamento das pessoas e a atenção a higiene pessoal. 

Ele explicou ainda que as gondôlas vazias, encontradas em alguns mercados, foram resultado da dificuldades de reposição nas lojas por uma questão de logística, não falta de produtos. “Nos trabalhamos com estoques de até 45 dias, que estão em nossos CD (Centros de Distribuição), e as rupturas (falta de produtos) ocorreram por conta da distância que algumas lojas têm destes CDs”, disse Zonta. 

A correria insana aos supermercados não é uma particularidade curitibana. A Associação Paulista de Supermercados (Apas) divulgou uma nota com informações sobre alguns impactos da pandemia de coronavírus no varejo. Segundo a entidade, houve um aumento de 8,5% na frequência de alguns supermercados no fim de semana entre os dias 13 e 15 de março, na comparação com o terceiro fim de semana de fevereiro, entre os dias 14 e 16 daquele mês. Os produtos mais procurados, segundo a Apas, foram álcool em gel e papel higiênico. Na nota, a Apas afirma ainda que toda a cadeia de abastecimento trabalha para que não faltem itens nas prateleiras e que os preços se mantenham equilibrados.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) afirmou que tem monitorado as lojas do País e no momento, não foi identificado nenhum problema de desabastecimento, mas sim, de reposição, devido ao maior número de clientes em algumas lojas, no final de semana.

A entidade explica que não há risco de falta de alimentos nas lojas. “O setor supermercadista brasileiro opera com normalidade. Portanto, a população não precisa se preocupar, os supermercados estão preparados, inclusive, para aumentar o abastecimento, caso necessário, como já acontece em datas sazonais”, diz a Abras em nota.