CATIA SEABRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após intervenção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a maior força interna do PT cedeu, nesta quarta (9), em favor de um acordo para formatação da disputa pelo comando do partido.
Reunidos na manhã desta quarta, dirigentes da CNB (Construindo um Novo Brasil) concordaram com uma proposta segundo a qual a nova direção do PT será eleita em congresso, desde que seus delegados sejam escolhidos numa eleição direta em seus municípios.
A esquerda do PT ainda resiste à ideia. Mas seus representantes se reunirão nesta tarde com Lula para discutir o modelo. No partido, a expectativa é que a esquerda concorde.
Pela fórmula, será realizada uma eleição direta para a definição dos diretórios municipais, que escolherão os diretórios estaduais e, finalmente, o diretório nacional.
Apresentada pelos dirigentes da CNB, a proposta representa uma concessão da corrente integrada por Lula. Originalmente, a CNB defendia eleição direta em todas as instâncias, mas cedeu ao ex-presidente.
A ideia em discussão é uma versão da que foi defendida pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão, que propôs um congresso em todas para a eleição de todas as instâncias.
Segundo participantes da reunião, Lula chegou a comentar que a proposta apresentada pela CNB era idêntica a que ele tinha sugerido.
Dos potenciais candidatos à presidência do PT participaram da reunião no Instituto Lula: o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, e o presidente estadual do PT, Emídio de Souza.
Marinho já foi consultado pela CNB sobre a hipótese de concorrer à presidência do PT. Amigo de Lula, Marinho disse que pretende concorrer ao governo de São Paulo em 2018, mas se disse disposto a assumir missões partidárias.
Integrantes da cúpula do PT defendem que Emídio, por sua vez, continue na presidência do partido em São Paulo.
Questionado nesta terça-feira sobre a ideia de disputar a presidência do PT como um nome capaz de unificar a sigla, Marinho afirmou: “O nome que unifica o partido é de Luiz Inácio Lula da Silva”.