Marcos Solivan/UFPR

Imagine que você foi contratado para trabalhar no desenvolvimento de remédios que podem melhorar a vida de portadores de doenças que praticamente não têm tratamento disponível. Para isso, mudou-se para outro estado e reprogramou sua vida com base nesse emprego, contando com o salário que receberia. Porém, quando começou a trabalhar, descobriu que não iria mais receber pagamento. É nessa situação que centenas de pesquisadores se encontram após o corte de bolsas anunciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no início do mês.

Farmacêutica, mestre e doutora pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Quelen Iane Garlet pesquisaria novas terapias para o controle de diferentes patologias neurológicas como estresse pós-traumático, ansiedade e modulação da memória. No mesmo dia em que teve sua bolsa do programa de pós-doutorado aprovada, ela recebeu a notícia de que a sua bolsa era uma das afetadas pelo corte. Moradora de Santa Maria (RS), Quelen já retornou para sua cidade e não vai prosseguir no Programa de Farmacologia.

Segundo a Capes, a bolsa destinada à pesquisadora estaria ociosa, mas, na realidade, ela estava no meio de um processo seletivo. “O recurso era um estímulo a essa pesquisa incrível, que agora será parada, com a qual eu teria a chance de colaborar e de inserir outras técnicas, contribuindo para novos tratamentos de transtornos neurológicos. Eu deixei toda a minha vida em Santa Maria para seguir meu sonho de ser pesquisadora”, revela.

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