Cuidar da saúde da pele, o maior órgão do corpo humano, tem sido uma busca cada vez mais frequente entre a população. Com maior acesso à informação, a procura tem sido direcionada para os cosméticos naturais e sustentáveis. Mas o que está por trás do crescimento do segmento?

Entre os principais motivos que justificam o aumento nas compras de produtos elaborados com foco no natural, o nível de conscientização do consumidor e o sentimento de fazer a diferença para o planeta estão entre os mais citados.

Entretanto, os benefícios que esse tipo de produto causa ao usuário, como o tratamento mais cuidadoso da pele, também conta pontos a favor do segmento, que encontrou nos últimos anos um crescimento constante.

 

Marcas que investem em cosméticos naturais

Embora os cosméticos naturais e sustentáveis tenham se popularizado somente nos últimos tempos, algumas marcas já investem nesse tipo de produto há anos, como é o caso da marca brasileira Natura.

A fabricante conta com uma linha de cosméticos Natura sustentáveis, em que a proposta de um consumo mais consciente vem tanto nas embalagens quanto na escolha dos fornecedores.

Além de contar com refil para a maior parte de seus produtos, a marca desenvolveu tecnologia de embalagens que são menos agressivas ao meio ambiente, quando descartadas.

Suas famosas revistas também ganharam versões digitais, com um catálogo Natura disponível em plataformas online. Na revista mais recente, o Creme para o Corpo Sou, que tem sustentabilidade da embalagem à escolha de ingredientes, tem o preço de R$16,90 – o que mostra que cosméticos com propostas naturais não precisam ser caros.

Ainda que a Natura seja pioneira em questões ambientais e até sociais, várias outras marcas surgiram no segmento, elaborando cosméticos com propostas semelhantes, seja com embalagens sustentáveis ou com uma formulação totalmente natural. Veja abaixo, a tabela com sugestões de cosméticos naturais de 6 marcas.

 

Marca

Produto

Preço

Natura

Creme para o corpo Sou: composição natural e embalagem sustentável.

R$ 16,90

Boticário

Sabonete Nativa Spa: produto vegano, com combinação de ingredientes naturais.

R$ 11,90

Alva

Desodorante Stick Kristall: um desodorante em pedra feito de mineral natural.

R$ 89,90

Terral Natural

Creme facial Patchouli Dark: feito com base em óleos essenciais, tem composição 100% natural.

R$ 48,00

Auna Mineral

Óleo Capilar Finalizador: Mistura componentes naturais, sem petrolatos.

R$ 21,00

Cativa Natureza

Serum Facial Maria da Selva: Mais de 10 extratos naturais na composição desse serum.

R$ 62,90

 

 

 

Essa produção vem no atendimento de uma demanda específica: a busca dos consumidores por cosméticos que sejam saudáveis, que tenham uma cadeia produtiva que respeite os envolvidos e que pensa em todo o ciclo de compra.

Um mercado em crescimento

Ainda em 2018, pesquisas realizadas pelo site Use Orgânico afirmavam que 80% dos consumidores estavam avaliando os componentes de um cosmético antes de fazer uma compra. Outros 74,4% priorizavam ingredientes naturais na hora de fazer uma escolha.

É importante compreender que pesquisas como esta levaram em conta somente o comportamento do público de uma plataforma que já estava envolvida em questões ambientes e escolhas mais saudáveis.

Porém, não é preciso ir longe para identificar uma mudança no comportamento dos consumidores que, não necessariamente, estão conectados a causas ambientais.

Em uma passagem por mercados e farmácias, é fácil encontrar prateleiras com dezenas de opções de cosméticos naturais e sustentáveis, que contam com princípios que seguem os conceitos de respeito ao meio ambiente e a utilização de ingredientes menos agressivos.

É claro que muitos desses produtos não são, de fato, cosméticos naturais e sustentáveis – eles apenas se aproveitam da terminologia como forma de marketing. Por isso, o consumidor ainda precisa fazer uma boa pesquisa, antes de tomar uma decisão de compra.

A explicação para o sucesso

Um dos principais motivos que justificam o sucesso dos cosméticos naturais e sustentáveis está na conscientização dos consumidores. Com o acesso facilitado à informação, as pessoas passaram a realizar pesquisas antes de fazer uma compra.

Esse momento de pesquisa foi impulsionado pelo isolamento social da pandemia do novo coronavírus. Com mais tempo para avaliar suas escolhas em casa, as pessoas puderam realizar compras baseadas em diferentes critérios.

Por fim, em nenhum período da história questões ambientais e de saúde foram tão discutidas. Naturalmente, quem está interessado em proteger os recursos do meio ambiente acabam reavaliando outros setores da vida, como o uso de cosméticos.

Mas ainda existem barreiras

Apesar da mudança no pensamento de milhares de consumidores brasileiros, o segmento de cosméticos naturais e sustentáveis ainda encontra barreiras. De acordo com o Instituto Akatu, em pesquisa de 2018, a principal dificuldade para hábitos saudáveis de consumo é a necessidade de esforço pessoal.

Uma parte considerável da população entende que, ao optar por produtos com focos ambientais, haverá a necessidade de mudanças nos hábitos da família, além de precisar pagar mais por esses produtos que, devido à tecnologia específica, tem alto custo de produção.

Imagem: Freepik

Por mais que a tendência seja um consumo cada vez mais consciente, ainda há uma curva de aprendizado considerável e a criação de tecnologias que popularizem esses produtos, para que os cosméticos naturais e sustentáveis tenham maior nível de sucesso.

Enquanto isso, um movimento enxuto, mas muito importante, propõe uma nova forma de pensar o nosso consumo, desde o quanto afetamos o meio ambiente até o impacto em nossa própria saúde. É a conscientização provocando grandes mudanças.