Rodrigo Fonseca/CMC

Em visita à sessão plenária da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), nesta quarta-feira (1º), o prefeito Rafael Greca falou aos vereadores sobre a nova variante da Covid-19, a Ômicron, a imunização contra a covid-19, a recomposição salarial do funcionalismo e outros projetos para a cidade. “A secretária de Saúde [Márcia Huçulak] conversou por telefone com Maria Ângela Galvão, da Organização Mundial da Saúde (OMS), e não há uma preocupação tão alarmista como faz a mídia. Se continuar o distanciamento social, continuar o uso de máscaras e continuar o fluxo de vacinação, o medo da variante ômicron não é tão preocupante quanto fazem as tintas sombrias do noticiário”, afirmou o prefeito. “Tudo leva a crer que a nova variante é uma recomposição do vírus em sua morfologia. Portanto um vírus mais enfraquecido. […] mas como é a ciência que vai dizer, estamos aguardando os testes, as vacinas. E nós vamos insistir na vacinação.”

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Greca falou sobre a intenção de imunizar com duas doses toda a população adulta de Curitiba até fevereiro:“A imunização [contra a covid-19] está muito superior a 70%. Todos os dias novas vacinas são aplicadas. As pessoas com mais de 60 anos já receberam a terceira dose”, continuou. “Vamos agora vacinar na ponta contrária, os jovens com mais de 18 anos. Nós queremos que todos tomem a segunda dose o mais rápido possível, este mês ou nos dois primeiros meses do verão. É nossa ambição ver a cidade completamente vacinada.”

O prefeito ainda discorreu sobre outros temas, como as celebrações de Natal promovidas pela Prefeitura de Curitiba – segundo ele, pensadas em formato que “o ambiente familiar seja reproduzido nos carros” ou para que ocorram ao ar livre. “Que o Natal no ambiente familiar seja celebrado ao ar livre, em varandas, quintais”, disse ele.  Além de agradecer o trabalho dos servidores da Saúde, parabenizou as equipes de obras públicas, do Ippuc e de Urbanismo, pela desburocratização da cidade.

Investimentos

Greca anunciou aporte de R$ 526.396.875 ao pacote de investimentos da cidade nos próximos anos. O montante é destinado ao financiamento do Projeto de Aumento da Capacidade e Velocidade do BRT (Ligeirão) no eixo Leste-Oeste e Sul e teve o financiamento acatado pelo Senado, nessa terça (30), em regime de urgência.

“Se eram antes R$ 2,6 bilhões, agora são R$ 3 bilhões [previstos pelo Plano Plurianual para investimentos na capital, até 2025]. Nunca, em toda a história da cidade, houve um programa de obras tão eficiente”, disse Greca. “É formidável que, mesmo neste momento de tanta dificuldade [em função da pandemia], a nossa cidade tenha tantas tantas obras. Nós calculamos que perto de R$ 150 mil, R$ 160 mil, os empregos gerados por este volume de dinheiro.”

Relatado pelo senador paranaense Oriovisto Guimarães (Pode), o projeto de resolução 67/2021 autoriza a Prefeitura de Curitiba a contratar o financiamento de US$ 75 milhões junto ao New Development Bank (NDB), com garantia da União. Os R$ 526.396.875 equivalem à soma do aporte do NDB e dos US$ 18,75 milhões de contrapartida do Município – ou seja, a US$ 93,75 milhões, convertidos pelo câmbio desta quarta, de R$ 5,61490.

O prazo para a execução das obras do BRT Leste-Oeste e Sul, com a operação de ônibus elétricos no corredor entre Pinhais e o Terminal CIC-Norte, é de cinco anos. O Ligeirão Leste-Oeste deverá reduzir em até 23 minutos o tempo de deslocamento dos usuários naquele eixo. com a operação de ônibus elétricos na Linha Direta.

Rafael Greca antecipou que, extintas as restrições da lei complementar federal 173/2020, deve ser discutida a recomposição salarial do funcionalismo público municipal. “Nós imaginamos que no começo do ano logo devemos fazer um esforço pela recomposição salarial que eu fui obrigado a coibir por decisão do Supremo Tribunal Federal”, declarou. “Mas quando o ano reiniciar, se assim entender a Mesa Diretora da Câmara e os vereadores, nós queremos convocar um período extraordinário imediato para fazer essa recomposição salarial. Queremos fazer também na forma de reajuste do nosso funcionalismo, dentro da sustentabilidade da fazenda pública.” 

Para o transporte público, além da busca de um sistema elétrico e moderno, ambientalmente responsável, o chefe do Executivo citou o “desafio de uma tarifa justa e social”. Segundo Rafael Greca, o regime emergencial reduziu a tarifa técnica de R$ 8 para R$ 7, evitando o “colapso” do sistema.

O prefeito disse ter agenda em Brasília, na próxima semana, para defender aporte da União ao transporte público dos Municípios, diante da alta internacional do petróleo. “Coisa que o Brasil já deveria ter feito no início da pandemia, e até agora não fez.”