Geraldo Bubniak/AEN

A medida que Curitiba registra novos recordes de confirmações e casos ativos de Covid-19, a pressão nos hospitais públicos e privados aumenta. Uma estimativa do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Sindipar) indica que as Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) dos 20 hospitais de médio e grande porte de Curitiba estão com ocupação acima de 80% desde que a cidade passou a registrar nova onda de alta de casos. O Hospital Marcelino Champagnat anunciou na terça (24) que ‘fechou’ o Pronto Atendimento por estar com UTIs e quartos lotados. Outros dois hospitais também já anunciaram que não recebem mais pacientes graves, o Sugisawa e o Hospital Nossa Senhora das Graças. “A chance de faltar leito de UTI é grande se os casos continuarem crescendo”, diz o presidente da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Paraná (Fehospar), Rangel da Silva. A situação nos leitos de UTI para Covid-19 do SUS, a situação é ainda mais preocupante. Nesta quarta-feira (25), segundo boletim da prefeitura de Curitiba, a taxa de ocupação dos 334 leitos para covid-19 está em 94%.  No momento restam 21 leitos livres do SUS. Dos nove hospitais do SUS com leitos exclusivos de UTI para Covid-19, segundo atualização de terça (24) da Secretaria de Estado de Saúde,  três estavam com ocupação máxima: Hospital Erasto, Hospital Evangélico e Hospital do Trabalhador. Sete deles estão com ocupação acima de 80% nas UTIs. 

O Sindipar, a Fehospar e a Associação dos Hospitais do Paraná (Ahopar) pedem que a população mantenha os cuidados exigidos desde o início da pandemia. “O momento é delicado. O Sindipar ressalta sua preocupação e a orientação para a população quanto ao cuidado pessoal e coletivo”, alerta o presidente do Sindipar Flaviano Feu Ventorim. Para ele, o aumento da demanda está sendo muito rápido e preocupante. “As pessoas estão perdendo o medo do vírus. O que é um problema. Então precisamos retomar essas orientações e esses cuidados para que a gente evite o colapso do sistema”, salienta Ventorim. O Sindipar destaca que os hospitais estão se organizando para dar suporte à população diante do aumento de casos. “Quem estiver com suspeita da doença deve se manter isolado para evitar contaminação”, reforça.

Para Rangel, da Fehospar, o aumento de casos depois de uma redução significa que Curitiba está vivendo uma “segunda onda”, assim como a Europa. Ele releva preocupação com os leitos específicos para tratamento da Covid-19 que foram descredenciados pela prefeitura.

Balanço dos hospitais com vagas exclusivas para Covid-19/SUS 

Adulto                                        UTI                     Enfermaria

Hospital da Cruz Vermelha             63%                             100%
Hospital Erasto                             100%                                80%
Hospital de Clínicas                         98%                               98%
Hospital Santa Casa                         95%                               71%
Hospital São Vicente                        80%                               38%
Hospital Evangélico                          100%                               79%
Hospital do Idoso                               90%                              87%
Hospital do Trabalhador                      100%                           100%
Hospital de Reabilitação                      77%                               67%

Infantil
Hospital Pequeno Príncipe                         40%                         60%
Hospital Evangélico                                    0%                             40%

*dados da Sesa atualizados na terça (24)

Recordes

Curitiba registrou, nesta quarta-feira (25), 1.597 novos casos de Covid-19 e 11 óbitos de moradores da cidade infectados pelo novo coronavírus, conforme boletim da Secretaria Municipal da Saúde. Oito desses óbitos ocorreram nas últimas 48 horas. Assim como aconteceu na semana passada, as confirmações foram as de maior número até o momento em um único boletim.  Até então o boletim com maior número de novos casos era do dia 16, com 1.508, mas ele trazia dados de dois dias (domingo e segunda-feira). Na sexta passada (20) o boletim trouxe 1.409 novos casos.