A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso que investiga as chamadas “fake news” deve ouvir, na quarta-feira, os sócios proprietários da empresa Yacows, especializada em marketing digital que teria prestou serviços a candidatos na campanha eleitoral de 2018. A convocação de Lindolfo Antônio Alves Neto e Flávia Alves foi proposta pelo deputado federal Rui Falcão (PT/SP), sob a alegação de que a empresa é suspeita de utilizar dados fraudulentos para registrar em aplicativos de mensagens e possibilitar o disparo em massa de informações falsas em benefício da candidatura à Presidência de Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo Falcão, existem inclusive denúncias de uso de tais práticas por ex-funcionários dessa empresa e que foram demitidos da antiga empregadora, tornando-se processos perante a Justiça do Trabalho. Segundo os relatos, a empresa cadastrava celulares com nomes, CPFs e datas de nascimento de pessoas que ignoravam o uso de seus dados. Ainda segundo as denúncias, a linha de produção de mensagens funcionou na campanha de 2018, podendo ainda estar em operação.
Na semana passada, a relatora da CPMI, deputada Lídice da Mata (PSB/BA), pediu à Procuradoria-Geral da República a abertura de uma investigação contra o ex-funcionário da Yacows, Hans River do Nascimento, que em depoimento à comissão afirmou que a repórter da ‘Folha de São Paulo’, Patrícia Campos Melo, estaria interessada sexualmente nele em troca de informações. O jornal reagiu publicando matéria mostrando prints de conversas entre Hans River e a repórter, mostrando que foi ele quem se insinuou fazendo convites que não foram respondidos pela jornalista.