Falta de tempo e custo são os principais motivos que impulsionam a busca pela Educação a Distância (EAD). O gestor ambiental Renan Nogueira, 28 anos, que trabalha como supervisor de limpeza na Leblon Tranportes, conta que o curso ajudou a ele ter conhecimento sobre o tratamento de efluentes, atividade com a qual trabalha no dia a dia. Eu não tinha nenhuma noção disso e sobre outros assuntos relacionados ao meio ambiente e agora, caso a vaga de gestor ambiental seja aberta (hoje ocupada por outro funcionário), sou um forte candidato, comemora.

Nogueira é apenas um dos exemplos dos vários profissionais que estão entrando o mercado de trabalho que, antes apresentava um certo preconceito pela formação a distância. Esse proconceito não existe mais, ressalta o pró-reitor de EAD da Uninter, Marco Eleutério. Ele esclarece que, com o tempo, ficou claro que o ensino a distância acrescenta e molda características muito bem-vindas pelo mercado, como, capacidade de organização, planejamento e cumprimento de prazos. O aluno tem de ter uma grande autonomia para estudar.

O período de adapatação do aluno ao sistema EAD, que dura de seis meses a um ano, Eleutério traça como paralelo ao período de nivelamento de turmas do ensino presencial. É neste tempo que o aluno vai ver se ele consegue desenvolver a sua autonomia para estudar com disciplina e critério, conta. Ele explica que o ensino é organizado por módulo semanais, monitorados pelo Ambiente Virtual de Atividade (AVA), onde o aluno deve estudar, no mínimo, 10 horas.

Embora o ensino seja a distância, as provas devem ser presenciais. Eleutério ressalta que esse procedimento é regulamentado pelo MEC. Na hora de escolher um curso a distância, o aluno deve procurar saber se a instituição tem Polos de Apoio Presencial. No caso da Uninter há 429 distribuidos pelo Brasil de modo a atender a capilaridade exigida pelo MEC para a modalidade.

Eleutéurio ressalta que esse pólos execem uma função muito importante para o desenvolvimento do EAD. Neles, os alunos que não dispõem de ambientes específicos para o estudo em casa ou não têm uma boa conexão, podem usar a estrutura para estudar. Neles há tutores preparados para atender as necessidades de cada aluno. Quando há necessidades muito específicas, como as demonstradas pelos alunos das engenharias, entram em ação os tutoriais remotos, que possibilitam ao aluno sanar dúvidas sobre a disciplina, revela.

MERCADO CRIA DEMANDA DE NOVO PROFISSIONAL
A realidade da Educação a Distância (EAD) também gerou mudanças no mercado de trabalho, já que o número crescente de alunos se criou uma necessidade de repensar a apresentação do conteúdo. Nós precisamos de pessoas que conheçam o domínio da ciência da linguagem para ampliar o poder de trasmissão dos conteúdos, explica o pró-reitor de EAD da Uninter, Marco Eleutério.

Nos últimos dois anos a Uninter registrou um crescimento de 300% na geração de empregos para desenvolver os materiais apresentados aos alunos de Educação a Distâcia.

 Na Uninter, por exemplo, o ano de 2012 foi marcado não apenas pelo aumento no número de matriculados na graduação a distância, mas também pela reformulação dos materiais disponibilizados a este público.

A modalidade ganhou força pela popularização da banda larga no país, o valor da mensalidade e a possibilidade do aluno adequar o horário de estudo a sua realidade.

Para que este tempo diante do computador gere mais resultados, existe uma equipe trabalhando na preparação destes materiais. Além dos professores dos conteúdos propriamente ditos, temos designers educacionais, programadores, designers gráficos, ilustradores e produtores de multimídia, explica Marco Eleutério, pró-reitor de EAD do Centro Universitário Internacional Uninter.

Ele ainda reforça que, apesar do momento econômico do país, a expectativa da Uninter é um crescimento de 20% na contratação destes profissionais até o final do ano.

Sobre o futuro da educação, Eleutério acredita que ela deva caminhar para um sistema misto, onde seja utilizado o presencial e o a distância.


12% é o ritmo de crescimento dos alunos mantriculados na Educação a Distância (EAD), segundo os dados do último Censo da Educação Superior

1,2 Milhões de alunos estavam matriculados em cursos de Educação a Distância (EAD) no Brasil, diante de um total de 7 milhões