A confirmação de que circula no Paraná da febre amarela fez o número de vacinas quase quadriplicar nas 110 unidades de vacinação de Curitiba. Segundo as informações da Secretaria Municipal de Saúde, na última segunda-feira, 28, foram aplicadas 5.039 doses de vacinas, contra as 1.687 aplicadas na segunda-feira, anterior, dia 21 de janeiro. O aumento ocorreu após a confirmação de que dois macacos encontrados mortos em Morretes, no Litoral do Paraná, tinham o vírus da febre amarela.

Os agentes de saúde esperam que a procura aumente ainda mais. Nesta terça-feira, 29, a Secretaria de Saúde do Paraná (SESA) confirmou o primeiro caso no Estado. Um jovem de 21 anos que nunca havia sido vacinado foi identificado no sábado, quando uma força tarefa da Secretaria de Estado da Saúde foi ao Litoral para organizar, junto com o município de Antonina, as estratégias de enfrentamento da doença. O jovem está internado no Hospital Regional do Litoral e passa bem, com uma forma leve da febre amarela.

A Secretaria de Saúde de Curitiba alerta para o fato de que na Capital não há a confirmação e que o vírus tenha chegado até a cidade, mas por prevenção as pessoas que forem para os locais onde há a circulação do vírus se vacinem. Em julho do ano passado, em função dos casos ocorridos no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais o Ministério da Saúde incluiu a área do Paraná como área de recomendação de vacinação contra a febre amarela. Por isso, desde então, a dose de vacina contra a febre amarela faz parte do calendário de vacinação para a faixa de 9 meses  a 59 anos de idade.

O Centro de Operações em Emergências em Saúde também preparou um documento com o chamado fluxo de manejo clínico, para orientar os profissionais de saúde na identificação e tratamento da febre amarela, uma vez que o último caso da doença ocorreu em 2015, em que a doença foi contraída fora do Estado.

Várias medidas e estratégias de enfrentamento já estavam em andamento na Secretaria da Saúde, especialmente dirigidas aos sete municípios da 1ª Regional e municípios da 2ª Regional, pela proximidade com o Estado de São Paulo, onde muitos casos já haviam sido confirmados.

A equipe de reforço enviada pela Secretaria de Estado está visitando cada uma das cidades dessas duas regionais para identificar as dificuldades e fazer busca ativa em comunidades mais isoladas para convocar a população para tomar a vacina. A partir de quinta-feira (31), até 5 de fevereiro, uma busca corpo a corpo estará em curso em toda a área suspeita de circulação do vírus.

O alerta é estendido também a grupos estratégicos de pessoas nas áreas de risco, como caminhoneiros que descem ao Porto de Paranaguá, funcionários da Segurança Pública e trabalhadores de empresas que circulam pela Mata Atlântica. Até o momento, no entanto, não foram encontrados mais macacos mortos.

ALERTA

Os sintomas são febre com início súbito em pessoas que nunca tomaram a vacina contra a febre amarela ou com vacinação há menos de 10 dias e que tenham estado em áreas de matas, rios ou áreas de circulação viral comprovada nos últimos 15 dias.

Essas condições devem estar associadas a outros dois ou mais sinais, como cefaleia, náusea, vômitos, dor articular, dor abdominal, dor lombar, icterícia ou hemorragias.

A Secretaria da Saúde orienta que toda informação sobre macacos mortos e ocorrência de casos suspeitos sejam imediatamente notificados ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), que está em plantão permanente. Os telefones são (41) 99117-3500 e (41) 99917-0444.