Foto/arquivo – Jean Siguel e a vocação para despertar a criatividade nas pessoas e nas empresas

Há dez anos no mercado, a Escola de Criatividade de Curitiba – espaço que desenvolve projetos e ajuda na geração de ideias para negócios, educação e desenvolvimento pessoal – lança nesta terça-feira, 12 de novembro, às 19 horas, no Carmina Bistrô, “O grande livro da criatividade – 10 hábitos para despertar seu potencial criativo”, escrito por Jean Sigel, Julie Fank e Lívia Kohiyama. Idealizado há 5 anos e partindo da ideia de compartilhar histórias, experiências e conhecimentos adquiridos na Escola de Criatividade, o livro dissemina a metodologia dos 10 Hábitos Criativos. Sigel, especialista em projetos de criatividade empresarial, comunicação e marketing, e também cofundador da Escola de Criatividade, aborda nesta entrevista um pouco do conteúdo do livro. Quais são os dez hábitos criativos elencados pela Escola de Criatividade?

• Considere-se criativo;
• Tolere o erro (e não tenha medo de errar);
• Não julgue ideias na hora errada;
• Pense também com a cabeça do outro;
• Esteja atento às circunstâncias;
• Ouça sua intuição;
• Seja curioso;
• Faça o simples;
• Faça mais perguntas (até perguntas idiotas);
• Comunique-se verdadeiramente

Como esses hábitos criativos podem ajudar na inovação das empresas?

São hábitos e atitudes que têm relação direta com a natureza humana e portanto devem ser resgatados para que as pessoas façam parte do processo de inovação. Inovar depende essencialmente da criatividade humana, por isso falar de inovação de nada adianta se as pessoas não desenvolverem seu potencial criativo. Para que a inovação aconteça como processo e, principalmente, como cultura organizacional, é preciso contar com a curiosidade humana, com as perguntas que criam possibilidades, com a intuição diante de um desafio, ou a tolerância ao erro quando se está buscando algo novo. São habilidades inerentes ao ser humano que precisam ser consideradas como ponto de partida do processo de inovação organizacional. Caso contrário, a palavra inovação será um discurso solto e não uma prática na empresa. Inovar depende de pessoas.

Quais são os principais bloqueios do processo criativo?

Os primeiros bloqueios da criatividade humana acontece lá na infância quando uma criança mostra um desenho fora dos padrões, digamos um tigre com asas, e a mãe ou o pai dizem: filhinho, tigres não voam. A criança insiste e mostra ao professor seu tigre alado, e a professora repete o mesmo padrão: querido, mas tigres não têm asas, sabia? Assim mesmo, quase sem querer, por termos sido treinados a seguir padrões aos poucos restringimos a cabeça imaginativa da criança para que ela logo em seguida comece a repetir o mesmo padrão e desenha um tigre sem asas para agradar aqueles adultos importantes para ela. Talvez, porém, o principal bloqueio do potencial criativo humano tenha ocorrido nos últimos 200 anos dentro de um sistema de ensino rígido, linear e quase industrial que privilegia muito mais a repetição e a produção do que a variedade e as possibilidades. No entanto, o mundo sempre precisou dos criativos e das inovações. Nossa evolução como espécie ocorreu a partir do pensamento e da criatividade humana, desde as primeiras descobertas como o fogo, a criação de ferramentas, da roda, da escrita até as mais recentes descobertas tecnológicas. Hoje a inovação deixou de ser um discurso e é parte fundamental para sobrevivência das empresas diante de um mundo mutante, incerto e veloz. E organizações dos mais diferentes setores dependem dela para se manter relevante e se adaptar às mudanças que hoje são extremamente rápidas. Mas para isso precisam valorizar as ideias que surgem das pessoas, dos mais diferentes perfis, características e setores da empresa. É o capital humano dentro da empresa que trará mais possibilidades.

Como superar os bloqueios do processo criativo numa empresa?

Importante salientar que obviamente não basta apenas valorizar as ideias e a criatividade dos colaboradores, é preciso que a essa criatividade se torne aos poucos um processo dentro das empresas. Ideias são elementos gerados pelos seres humanos, mas devem ser aplicadas na prática para que se tornem processo verdadeiramente. Inovação é criatividade aplicada na prática com resultados claros e recorrentes. O problema é que as empresas ainda não entenderam que, para que a inovação aconteça como processo e cultura, a gestão e as lideranças precisam ter coragem de mudar velhos hábitos. Primeiro é preciso criar um ambiente de confiança dentro da empresa, onde todos podem ter voz e participar das decisões. Ambientes de confiança mudam comportamento nas pessoas. Outra forma de superar bloqueios, é trabalhar a comunicação interna da empresa, para que todos entendam os desafios, estratégias e também seu papel no processo de inovação. Inovação sem comunicação, não atinge a todos. E finalmente é preciso dar autonomia e permitir que as pessoas se arrisquem mais e tragam para as reuniões e para os planejamentos, não apenas processos, mas também ideias, não apenas respostas, mas também perguntas, não apenas o mais do mesmo, mas até o tigre com asas.

Como as empresas podem cultivar seus líderes naturais para desenvolver a criatividade entre seus colaboradores?

Liderança é fundamental para a inovação. Diria que os líderes são os estimuladores ou os bloqueadores da inovação empresarial. Isso porque, cabe às lideranças o papel de dar vazão aos talentos e às capacidades de seus liderados e não simplesmente centralizarem todas as decisões e dar pouca voz aos colaboradores. E quando falamos em líder, falamos desde o líder empresarial, ao gestor de escola ou a um professor em sala de aula. Todos têm um papel de liderança que gera expectativa em muitos. O líder que cultiva a diversidade de ideias, que valoriza os talentos e sabe extrair mais o que cada um pode oferecer. Mas também o líder que tem a habilidade de criar novos líderes. Sabemos que toda organização possui líderes naturais em seus ambientes, que não necessariamente são líderes nomeados, um gerente, um diretor, mas são pessoas que possuem habilidade de liderar grupos, influenciar e envolver pessoas. É preciso que as empresas identifiquem as diversas lideranças naturais que estão por toda parte na empresa para que possam ter aliados na disseminação das estratégias e da inovação da empresa. Um bom time de futebol não depende apenas de um bom capitão, mas de outros líderes com habilidades e influências diferentes que apoiam o coletivo.

Por que a inovação é mais importante que o conhecimento?

Essa é uma frase de Albert Einstein: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”. Quando vi essa frase, fiquei curioso pois vinha de um físico que se utilizava de seu conhecimento para inovar. Mas o que Einstein quis dizer é que em circunstâncias muito difíceis, quando o processo e o conhecimento apenas não são suficientes para resolverem um problema complicado, só a imaginação é capaz de libertar as ideias e dar soluções novas. O conhecimento apenas, muitas vezes nos limita e nossas convicções não nos permitem buscar as ideias em áreas desconhecidas ou a voar mais alto. Já a imaginação não tem limites e pode nos levar a qualquer lugar. Claro, que quanto mais conhecimento e estudo tivermos, mais inovadores e criativos seremos. Porém em muitos casos só a imaginação nos dá respostas originais e possibilidades que o conhecimento fixo não nos dá. O mundo evoluiu e várias convicções foram quebradas em função da imaginação e da inventividade humana.


CURTAS:

* O bnyou, primeiro app brasileiro de beleza em que o consumidor pode escolher pelo profissional desde o primeiro serviço, busca profissionais da beleza para reforçar seu time. Com três meses de funcionamento, o app já conta com 52 profissionais e mais de 920 usuários cadastrados. O app curitibano foi criado para proporcionar autonomia e liberdade para os profissionais da beleza, além de aumentar seus rendimentos e preencher as cadeiras vazias do salão. Pelo aplicativo, os consumidores podem agendar serviços de cabelo, maquiagem, massagem e até de depilação.

* A Via Varejo trouxe para seu time de executivos, Marcelo Leme, que assume a diretoria de Expansão, Infraestrutura e Prevenção de Perdas na estrutura do CAO, Sergio Leme, que reúne também as áreas de Logística & Supply Chain e Gestão de Atendimento ao Cliente, além da fábrica de móveis Bartira. A Via Varejo é responsável pela administração das lojas físicas e do e-commerce das marcas Casas Bahia e Pontofrio. A empresa está presente em mais de 400 municípios brasileiros, 20 estados e no Distrito Federal, com mais de 1000 lojas físicas, 26 centros de distribuição e aproximadamente 45 mil colaboradores em todo o país.

* Acontece nesta terça-feira (12/11), às 19 horas, no Gilda, em Curitiba, a noite de autógrafos do livro “Corredor Polonês – Patife Band e a criação da obra-prima esquecida do rock brasileiro”, escrito pelo publicitário Marcelo Dallegrave e pela jornalista Melissa Medroni. A obra destrincha o processo criativo por trás de cada faixa do álbum lançado em 1987 e tem a capa assinada pelo artista André Ducci, trazendo fotografias do repórter fotográfico Theo Marques. As dez imagens do livro, algumas inéditas e outras selecionadas no portfólio da carreira do fotojornalista por afinidade com os temas das músicas, serão expostas no Gilda. Corredor Polonês foi o único disco lançado pela Patife Band, banda de pesquisa de gêneros, situada entre o punk rock e a música erudita.

* O servidor público paranaense, que tinha garantido o recebimento da licença especial indenizada, norma reafirmada pela Lei Estadual nº 19.782/18, terá seus benefícios alterados. Com a Lei Estadual nº 19.889/19 de 22/07/2019, o artigo anterior foi revogado do cenário legal paranaense, comprometendo o benefício do pagamento das licenças especiais não gozadas ao servidor público aposentado. Entretanto, de acordo com Márcio Alexandre Cavenague, advogado gestor previdenciário, do escritório Küster Machado Advogados, o direito do servidor em gozar licença-prêmio, até a data em que começou a vigorar a nova lei, se incorporou ao seu patrimônio jurídico e, por conseguinte, trata-se de direito adquirido.



FRASE:

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.”
(RUY BARBOSA)