Cido Marques/FCC

Na tarde quente deste sábado (24/11), as apresentações – em especial a música – conduziram o ritmo alegre da cultura afro-brasileira na Praça Zumbi dos Palmares, no bairro Pinheirinho.

Desde o início da tarde, a programação contou com diversas atrações, como capoeira, maculelê, samba de roda, bateria de escola de samba, desfile de moda afro, feira de produtos étnicos e a participação do MusicaR, curso de musicalização infanto-juvenil oferecido pela Prefeitura de Curitiba, por meio da Fundação Cultural. Toda a programação foi em comemoração ao mês da Consciência Negra.

Os integrantes da Escola Saber Ancestral trouxeram ao público o gingado da capoeira, do maculelê e o samba de roda ao som de atabaques. O ritmo envolvente contagiou o público. O grupo, dirigido por Cleonice Santana, a instrutora Sheirosa, é uma das iniciativas contempladas pelo Edital das Regionais, lançado este ano pela Fundação Cultural de Curitiba. Para Sheirosa, a oportunidade de o grupo mostrar o seu trabalho ajuda a fortalecer a cultura afro.

“É uma forma de relembrarmos nossos ancestrais, que preservaram uma cultura que faz parte da cultura brasileira e todo o legado que o povo africano nos trouxe. O nosso papel é dar continuidade para que os mais novos tenham conhecimento dessa cultura”, afirmou.

Um dos destaques da programação foi a apresentação didática das crianças do Musicar, do Pinheirinho e Tatuquara, que interpretaram canções afro-brasileiras no palco do Ônibus da Cultura.

“As músicas africanas fazem parte da nossa origem de música brasileira e para as crianças entenderem isso nada melhor do que elas cantarem os dois repertórios”, disse Angela Sasse, uma das coordenadoras pedagógicas do MusicaR. “As crianças, além de ensaiarem, tiveram aulas sobre a cultura afro-brasileira, os professores trabalharam isso nos conteúdos, por que se comemora quem foi Zumbi dos Palmares. Então, eles não vieram só para fazer a apresentação, eles sabem que é um evento de música e cidadania”, completou a coordenadora.  

Talentos

Produtos da cultura afro-brasileira, como turbantes, bolsas e carteiras com estampas étnicas, confecção de tranças e dreadlocks, entre outros, estavam à disposição do público. Alessandra Oliveira, criadora de bonecos afro em feltro do ateliê Petit Poupée, é uma das selecionadas pelo Edital de Autoria Compartilhada e Bases Temporárias, também da FCC. Para Alessandra, participar do evento é uma oportunidade de mostrar sua arte. “Eu vejo o projeto como muito relevante, porque precisamos de um espaço para divulgar o nosso trabalho afro em Curitiba. Através do edital vamos, ao longo de dez feiras, dar visibilidade à arte de afro-empreendedores”, ressaltou.

O metalúrgico Francisco Gulka Filho, morador do Pinheirinho, assistiu atento à apresentação das crianças. “Achei excelente. É preciso manter a cultura, estou satisfeito”, destacou.

No evento, participaram ainda as iniciativas No Tempo da Minha Vó, com música, contos e cultura popular brasileira, e desfile de moda afro, ambas também contempladas pelo Edital das Regionais.

 A iniciativa contou com o apoio das secretarias municipais do Esporte, Lazer e Juventude, Meio Ambiente, Saúde, Urbanismo, da Administração Regional do Pinheirinho e da Fundação Cultural de Curitiba. O Ônibus Palco, que faz parte do projeto Artes e Patrimônio – Ônibus da Cultura, do Solar do Rosário, que busca levar arte, cultura e história para os bairros curitibanos, também apoiou o evento.