Referência nacional e internacional quando o assunto é transporte coletivo, Curitiba é a capital brasileira dos BRTs (bus rapid transit, ou simplesmente transporte rápido de ônibus). De acordo com pesquisa da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), que realizou o levantamento em onze cidades brasileira, a capital paranaense conta com oito sistemas de BRTs em operação, que juntos chegam a quase 90 quilômetros. Como comparação, os dois BRTs de Recife possuem 46 quilômetros, enquanto as cidades de Rio de Janeiro e Belo Horizonte têm três sistemas de BRTs cada uma.
Estas informações fazem parte de matérias publicadas ontem no Portal da Agência Brasil, assinadas pelo repórter Paulo Victor Chagas. O material publicado destacava Curitiba como modelo de transporte de massa.
Isso, contudo, está longe de significar que o sistema de transporte público da cidade não precise de melhorias. Os indicadores do próprio NTU, inclusive, apontam que Curitiba precisa aumentar a quantidade de faixas exclusivas, que hoje somam apenas 2,6 km. Assim, se considerada a extensão da malha viária destinada ao transporte público, Curitiba ficaria em quinto lugar, com 90,4 km (soma do BRT mais faixas exclusivas), atrás de São Paulo (585,3 km), Rio de Janeiro (165,4 km), Recife (114,3) e Fortaleza (107,3).
Melhoria considerada barata em comparação com outras obras, a criação de mais faixas exclusivas poderia ajudar a reduzir o tempo da viagem. Em 2011, os brasileiros gastavam 28,7 minutos para se deslocar de casa para o trabalho (ou vice-versa). Em 2015, segundo dados do Ipea, esse número subiu para 30,3 minutos, sendo que Brasília e Curitiba são as duas cidades onde o tempo que a pessoa pobre gasta no trânsito é bem maior do que o da pessoa rica.
Até por isso, a Capital não fugiu à realidade nacional de queda no número de passageiros que utilizam o transporte coletivo. O Índice de Passageiro por Quilômetro Equivalente (IPKe), que mede quantos passageiros têm utilizado o transporte coletivo a cada quilômetro rodado, estava em 1,79 no Brasil em 2013. No ano passado, o número caiu para 1,48, o menor da série histórica. Em Curitiba, o valor é de 1,88 passageiros por quilômetro em 2018, acima da média geral. Mas também vem caindo ano após ano. E isso mesmo com alguns trajetos na cidade sendo percorridos mais rapidamente de ônibus do que de carro, como você pode conferir ao lado.
Viajar de busão é mais rápido
(comparativo entre dois trajetos iguais percorridos de carro e de ônibus)
Terminal do Santa Cândida | |
De ônibus | |
Distância | 12 km |
Tempo | 29 minutos e 12 segundos |
Custo | R$ 4,25 |
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De carro | |
Distância | 11,6 km |
Tempo | 33 minutos e 27 segundos |
Custo | R$ 4,06 |
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Da Praça Rui Barbosa | |
De ônibus | |
Distância | 32 km |
Tempo | 53 minutos e 15 segundos |
Custo | R$ 4,25 |
De carro | |
Distância | 31 km |
Tempo | 56 minutos |
Custo | R$ 10,84 |
transporte coletivo de Curitiba
População da cidade | 1.908.356 pessoas (estimativa de 2017) |
Frota de ônibus | 1.226 |
Passageiros transportados por dia | 1.389.731 |
Passageiros pagantes | 628.769 |
Terminais | 21 |
Estações tubo | 329 |
Pontos de parada | 6.500 |
Via expressa de ônibus | 81 quilômetros |
IPKe (Índice de Passageiros Equivalentes por quilômetro) | |
Nacional | 1,48 |
Curitiba | 1,88 |