Franklin de Freitas – Aparato contra fura-catracas: para reduzira sangria no sistema

O sistema de transporte coletivo de Curitiba não para de sangrar. Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (9) pelo Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), ao longo do ano de 2018 os ônibus da Capital perderam 2,89 milhões de passageiros, uma queda de 1,61% na comparação com o ano anterior. Isso representa a perda de 7.923 passageiros pagantes por dia, em média.

De acordo com os dados da Setransp, disponíveis ao público na seção “Transparência” do site da instituição, entre janeiro e dezembro do ano passado um total de 176.738.992 de usuários pagaram a tarifa em Curitiba. Em 2017, haviam sido 179.630.911 passageiros pagantes. Não são levados em conta descontos nem isenções de tarifa (para idosos e estudantes de baixa renda, por exemplo).

O número de pagantes vem despencando desde 2011, quando teve início o atual contrato do transporte, depois que as empresas foram selecionadas pela licitação aberta na época. Naquele ano foram 246,89 milhões de passagens pagas, 28,4% a mais do que em 2018. Em 2012 já foram 241,24 milhões de usuários, queda de 2% na comparação com o ano anterior. Em 2013 o número caiu para 239,16 milhões (queda de 0,8%); para 227,04 milhões em 2014 (5%); para 211,78 milhões em 2015 (redução de 7%); e para 197,06 milhões em 2016 (queda de 6,6%).Por outro lado, a boa notícia é que, pela primeira vez desde 2011, o número de passagens pagas começou a ficar mais

próximo das previsões da Urbs, empresa de economia mista que gerencia o transporte coletivo na capital paranaense. Em 2017, por exemplo, em todos os meses do ano o número de passageiros pagantes ficou abaixo do previsto. Considerando-se os 12 meses, a expectativa era de 195,94 milhões de usuários, mas apenas 179,63 milhões de passagens foram vendidas – uma diferença de 8,32%.

Já em 2018, em três meses (março, abril e julho) o número de passageiros pagantes ficou até acima do previsto. Considerando-se o ano todo, foram 176,74 milhões de passagens vendidas contra a previsão de 180,15 milhões – uma diferença de 1,89%.

Fura-catracas
O sistema também convive com outro problema grave, os fura-catracas, aqueles que invadem os ônibus e não pagam a tarifa. O último relatório da Setransp sobre o tema mostra que as invasões tiveram alta em novembro passado. Em novembro ocorreram 4.068 invasões diárias. No estudo anterior, de março deste ano foram 3.995 invasões por dia. A alta foi de 1,8%.

Para enfrentar este problema, nesta quarta-feira começou a ser testado um sistema de anteparos nas portas da estação-tubo do Passeio Público, que em princípio dificultam as invasões. Se as invasões diminuirem, a medida pode ser levada para os demais tubos.