Divulgação – Kayanna na Feira do Poeta

Existem pessoas que são feitas para brilhar. Outras são feitas para iluminar. A professora, escritora e poetisa Kayanna Polichuk, definitivamente, se encaixa na última categoria. Contadora de histórias, encantadora de palavras e de objetos. No último domingo, lançou seu primeiro livro de poesia, “Escritos de Amor”, e em breve dará à luz sua primeira filha, Sophie. É na contação de histórias, porém, que tem se destacado mais em Curitiba.

Discípula de Hélio Leites, ela trabalha com objetos como copo de yakult, tampa de caneta, pincéis, chaves e várias outras coisas que encontra jogadas no chão ou mesmo que conhecidos lhe dão. Por suas mãos e sua imaginação, esses objetos transformam-se em personagens ou coisas que servem para a contação de histórias, prendendo a atenção de crianças e adultos ao mesmo tempo em que expõem sentimentos, discutem valores, educam e emocionam.

Os objetos (e suas histórias) ficam todos guardados em latas recicladas, que recebem o nome de… LATA, sigla para Laboratório de Trocas Afetivas. No ano passado, foram diversas as ONGs e projetos sociais visitados pela artista, que já chegou a ser chamada pelo prefeito Rafael Greca de “Hélio de saia”, em referência ao mestre de Kayanna – que ela diz, poeticamente, ser não uma referência, mas uma reverência.

“Conto historias em todos os lugares em que as pessoas querem ouvir. Até pouco tempo contava historias quase todos os dias. Agora, por conta da gravidez, dei uma desacelerada”, relata a artista. “Já contei historia em ONGs, centros de reabilitação, centro espírita, em praças… É muito bacana mesmo, porque é um mundo infinito de alegrias contar historia.”

Ao todo, são 100 objetos que ela já reconstruiu e transformou em historia. E no final das apresentações, em vez de um chapéu, ela passa um saco. A ideia, conta, é que aqueles de saco cheio deixem ali todas as suas preocupações. “Pode colocar o que quiser (no saco). Tem uns que colocam até dinheiro (risos)”.

Transformar em significado o insignificante
Hoje, muitos dos objetos e das histórias criadas por Kayanna surgem a partir de contribuições inusitadas. Uma delas, por exemplo, é a historia da casa do mestre, feita com um copinho de Yakult que uma criança entregou para que a artista transformasse em arte. A historia é a seguinte:

O discípulo bateu na casa do mestre, que perguntou “quem tá aí?”. Aí o discípulo disse “eu”, mas o mestre rebateu “aqui não há nenhum lugar para eu”. Aí o discípulo foi embora, achou que o mestre não queria mais ele. Mas ele voltou e bateu na porta. ‘Quem está aí?’, perguntou o mestre, no que o discípulo respondeu ‘é o amado’. E aí a porta se abriu. Moral da historia: se você bater dentro da porta do seu coração, não há espaço para eu, só lugar para Deus, o amado, amorosissímo.

“As historias vem de uma outra dimensão. Eu vejo um objeto, parece que a historia já está ali. E as pessoas oferecem cada coisa incrível para gente… Copinho de Yakult, vai jogar fora? Não, dá para ela, que vai transformar em significado o insignificante. Isso faz com que os olhos vertam lágrimas, isso é mágico, muito maravilhoso”, diz Kayanna.