RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Rio de Janeiro definiu quem assumirá a segunda fase das investigações das mortes da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes: o delegado Daniel Rosa, atual titular da Delegacia de Homicídios da região da Baixada Fluminense.


Rosa assumirá a Delegacia de Homicídios da capital fluminense, no lugar do delegado Giniton Lages, que saiu do cargo na última semana. A decisão foi comunicada em uma reunião interna na tarde desta terça (19) e antecipada pelo site G1.


Lages, que liderou o inquérito do caso Marielle desde o início, foi convidado pelo governador do Rio, Wilson Witzel, para fazer um intercâmbio com a polícia italiana por quatro meses para estudar máfia e movimentos criminosos. Ele vai tirar férias antes disso.


O novo titular iniciou a carreira na Polícia Civil na unidade que agora vai chefiar e trabalhou ali por anos. Assumiu a delegacia da Baixada em março de 2018, durante a intervenção federal na segurança do Rio. Em seu lugar, entrará o delegado Moisés Santana, que estava na 28ª DP (Campinho, na zona oeste).


As mudanças acontecem uma semana depois de dois suspeitos pelos assassinatos de Marielle e Anderson serem presos: o policial militar reformado Ronnie Lessa, 48, acusado de ter feito os disparos contra o carro da parlamentar, e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, 46, acusado de ter dirigido o veículo.


Um ano depois do crime, porém, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio ainda não esclareceram se houve ou não um mandante. Uma nova fase das investigações agora tentará descobrir como o crime foi articulado e qual foi o seu motivo.


Na denúncia apresentada pela Promotoria, a razão da morte da vereadora seria o ódio do atirador por personalidades da esquerda, como a parlamentar e o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), sobre quem ele pesquisou na internet antes de cometer os assassinatos. 


Quando anunciou a saída de Giniton Lages, o governador negou que fosse estranho tirá-lo do caso a esta altura, porque outros delegados continuarão na investigação. Em 2018, Lages foi acusado pelo miliciano Orlando da Curicica, atualmente preso, de tentar pressioná-lo para confessar a autoria do crime e acobertar os reais autores, o que foi negado pela polícia à época.