O deputado federal paranaense Filipe Barros (PSL), conhecido pelo alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), entrou com um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal e não compareceu ao depoimento dele à Polícia Federal marcado para ontem, em Londrina (região Norte), dentro do inquérito que investiga a disseminação de notícias falsas e ameaças aos ministros da Corte. Barros alegou que não teve acesso aos autos. “Não vou corroborar um inquérito ilegal”, disse ao jornal Folha de Londrina.
Segundo informações do jornal O Estado de São Paulo, um relatório técnico da Polícia Federal identificou o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e o deputado como ‘influenciadores’ de divulgação de publicações com ofensas e ameaças ao Supremo Tribunal Federal. Em decisão, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, caracterizou o ‘gabinete do ódio’ como associação criminosa dedicada a ataques ofensivos, subversão da ordem e quebra da normalidade democrática.
Ao menos onze perfis ‘influenciadores’ que se seguem e se compartilham nas redes foram identificados, incluindo o blogueiro Allan dos Santos e o deputado.
Em nota, o deputado disse ter o direito de se manifestar livremente “contra posturas equivocadas e autoritárias de ministros do STF”. Segundo Barros, “aparentemente, o que o STF está querendo com essas hostilidades aos apoiadores do presidente Bolsonaro nas redes sociais, a deputados federais e às Forças Armadas, é provocar uma ruptura institucional para, depois, acusar a direita de antidemocrática, abrindo caminho para o retorno ao poder de PT e PSDB”.