O diretor-geral da Assembleia Legislativa e ex-diretor geral do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), Marcello Alvarenga Panizzi, foi preso ontem na operação “Taxa Alta”, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) estadual. A ação investiga o direcionamento do edital do Detran-PR para o credenciamento de empresas que prestam o serviço de registro de financiamento de veículos no Estado. Em nota, a Assembleia informou que Panizzi pediu demissão ontem e que as investigações “não têm relação alguma com” a Casa.
Além de Panizzi, também foram expedidos mandados de prisão contra três servidores comissionados do Detran na época do lançamento do edital e um ex-assessor da Governadoria do Estado do Paraná. Ao todo, foram cumpridos cinco mandados de prisão temporária e sete mandados de busca e apreensão.
Panizzi foi nomeado diretor-geral do Detran-PR pela então governadora Cida Borghetti (PP). Ele tomou posse em 26 de abril do ano passado e ficou até dezembro. O advogado foi diretor-geral da antiga Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Economia Solidária, diretor do Instituto das Águas do Paraná e atualmente é diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná.
Segundo as investigações, o processo de credenciamento de empresas responsáveis pelo registro eletrônico de contratos de financiamentos de veículos pelo Detran, em agosto de 2018, teria sido manipulado para beneficiar a empresa Infosolo. De acordo com o MP, a empresa faturou, entre novembro de 2018 e junho de 2019, cerca de R$ 77 milhões. Segundo os promotores, após o credenciamento, o cobrado pelo serviço para os compradores de veículos financiados subiu de R$ 150,00 para R$ 350,00, sem nenhuma justificativa.
A Infosolo divulgou nota afirmando que “jamais desrespeitou qualquer norma relativa aos procedimentos públicos dos quais participa e tem plena convicção de que esclarecerá os fatos junto ao Poder Judiciário”.