Um dos vice-presidentes do Comitê Olímpico Internacional (COI), o australiano John Coates afirmou nesta quarta-feira que não é papel da entidade pressionar a China na questão dos direitos humanos. O país asiático vai sediar em Pequim os Jogos Olímpicos de Inverno, em fevereiro de 2022, e é alvo de um pedido de boicote por conta de denúncias envolvendo minorias muçulmanas.

“O COI tem os direitos humanos em alta conta. Sei que esta é uma parte muito importante dos princípios do Olimpismo, os fundamentos que estão na Carta Olímpica. Mas o objetivo do COI é garantir que não há nenhum abuso na questão dos direitos humanos na condução dos Jogos dentro dos comitês nacionais olímpicos ou dentro do movimento olímpico”, disse Coates.

“Não temos poder para entrar num país e dizer a ele o que fazer. Tudo o que podemos fazer é conceder o direito de sediar a Olimpíada a um país sob condições previstas num contrato e garantir que ele seja seguido”, argumentou o experiente dirigente, de 71 anos.

Grupos de defesa dos direitos humanos e congressistas dos Estado Unidos vêm se mobilizando nos últimos meses para pedir uma decisão do COI quanto aos Jogos de Inverno. Eles querem o adiamento da Olimpíada ou mesmo a mudança de sede caso a China não encerra o que eles chamam de “genocídio” de grupos minoritários no país asiático.

A maior preocupação destes grupos é com supostos abusos contra os uigures, povo de origem turcomena que habita em diferentes pontos da Ásia Central. Entidades de direitos humanos acusam a China de facilitar o trabalho forçado de cerca de 1 milhão de uigures em campos de concentração. O país nega as acusações.