Robbie Wilde trabalha no ramo da música há 10 anos como DJ, como sempre sonhou. Apesar de trabalhar com música, ele não pode ouvi-la, mas apenas vê-la e senti-la. É que Wilde é surdo.
Com apenas sete anos, o DJ teve uma infecção no ouvido e ficou com apenas 20% de capacidade no ouvido esquerdo. Para trabalhar com o que gosta, teve de se superar. E acabou se tornando realmente especial, trabalhando com a leitura labial, a vibração da música e a medição das performances em seus aparelhos para poder praticar o ofício.
Quando fez 18 anos, Robbie ganhou de seu pai, dono de um restaurante, um lugar para tocar. Acabou ficando conhecido e recebeu convites para outras festas. Em seu setlist, músicas dos mais diversos estilos, com a década de 90 sempre presente.
São músicas que tenho na cabeça da minha infância, antes de perder a audição, conta o DJ, que utiliza um dispositivo parecido com uma mochila que envia apenas frequências graves para as suas costas, fazendo com que ele sinta a vibração e afastando todos os outros ruídos. É como um fone de ouvido para a comunidade surda, relata.
Para misturar e tocar, Robbie usa um programa chamado Serrato, que mostra as formas de onda, as imagens do som, com cores. Com isso, ele consegue separar os vocais do resto.
A tecnologia definitivamente me ajuda a ficar mais atualizado com minhas técnicas, mas eu nunca a utilizo como uma ‘fraude’, para substituir os métodos de DJing real, completa o DJ.