Franklin de Freitas/Arquivo – O pãozinho francês sofre influência da cotação do dólar

O pão francês deve entrar do mês de janeiro de 2020 com o preço 5% mais caro nas padarias de Curitiba. Atualmente o quilo do pão francês oscila entre R$ 8 e R$ 15, dependendo da localização da padaria. “Os produtos de confeitaria devem ter um reajuste ainda maior, mas ainda não temos a conta fechada”, diz o presidente do Sindicato da Panificação e Confeitaria de Curitiba, Vilson Felipe Borgmann.

E a culpa de tudo é o dólar que de janeiro a novembro acumula uma alta de 9,43%. Só em novembro, a moeda ficou 5,73%, de acordo com os dados do Banco Central. “Nós não repassamos os custos ainda por conta do Natal, mas de janeiro não deve passar”, diz. “O trigo já está 30% mais caro”, fala. Ele ressalta que neste ano, o último reajuste foi aplicado em maio, na ordem de 3,5%, fruto dos custos com as despesas do dissídio salarial da categoria.

Já a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), como representante das categorias, por meio de nota “esclarece que o reajuste do pão industrializado, doces, biscoitos e massas deve ficar na ordem de 3%”.

O Brasil produz menos da metade do trigo consumido e precisa importar grandes quantidades do grão de países do Mercosul— sobretudo da Argentina —, do Canadá e dos EUA. “A média de preço no Paraná, da saca de 60 quilos de trigo, fechou em R$ 47,54 na terça-feira, quando a média histórica dos últimos cinco anos é de R$ 37,08”, afirma Ana Paula Kowalsky, analista do Departamento Técnico do Sistema da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

A elevação do dólar, impacta diretamente na produção. “Nas massas, 70% do custo é de farinha. Nos biscoitos, o peso é de 30%, e nos pães e bolos industrializados, de 60%. Sendo assim, qualquer variação no preço do trigo tem impacto”, afirma a ABIMAPI.