Estamos vivendo um tempo interessante no comércio nacional. As pessoas, mais conscientes de suas compras passaram a incentivar os pequenos negócios, os empresários locais e aqueles com ações de responsabilidade social, em um movimento crescente que tende a perdurar para além da pandemia do Coronavírus. E em um país em que é tão difícil empreender e sobreviver, ter o apoio dos consumidores é fundamental.

Exatamente por isso, é importante que esse movimento ultrapasse as barreiras do varejo e se instale no turismo. É preciso que os viajantes entendam a importância das empresas nacionais que fazem o turismo acontecer no Brasil e o fundamental papel que elas têm para a economia. Afinal, são essas empresas que geram emprego, renda e impostos para o país.

O turismo tem um papel importante na economia brasileira, representando mais de 3,7% do PIB nacional. Para a recuperação desse patamar, o Sebrae aponta que, depois de três meses de paralização, é necessário que o setor cresça 16,95% ao ano entre 2022 e 2023, níveis altos que exigem apoio e incentivo governamental e também dos turistas, que mais do que nunca devem ser conscientes sobre onde investir a compra da viagem.

Estão cadastradas no Cadastur, sistema do Ministério do Turismo, mais de 31900 agências de viagens, dessas, 94% são de pequenas ou microempresas, ou seja, empreendedores que foram duramente afetados com a crise do Coronavírus e com a paralização das viagens.

Para além da valorização econômica, é importante destacar o papel fundamental que as agências e os agentes de viagem tiveram quando as fronteiras do mundo começaram a se fechar, voos foram cancelados e os turistas tiveram que regressar ao Brasil antes do previsto. Aqueles que contavam com o apoio profissional de empresas nacionais tiveram maior segurança no retorno e mais facilidade para remarcar ou até mesmo cancelar suas viagens.

Em meio a muita especulação sobre como será a retomada do turismo, por qual modal as pessoas vão viajar, qual o perfil de público e quais os destinos que receberão os primeiros viajantes, uma coisa é certa, para que o turismo nacional cresça e se recomponha é necessário valorizar o empresariado local e os profissionais que fazem a indústria acontecer. São agentes de viagens, guias, empresas receptivas, hoteleiros e restaurantes que vivem do setor e que garantem emprego e renda para toda uma cadeia direta e indiretamente.

* Adonai Aires de Arruda Filho é diretor do Núcleo de Turismo da Holding Higi Serv, integrado pela BWT Operadora e pela Serra Verde Express