SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Eletrobras vendeu sua distribuidora no Piauí, a Cepisa, à Equatorial, na manhã desta quinta-feira (26).

O leilão, que teve um proponente, foi alvo de diversas tentativas de impedir a venda da empresa. Até a noite desta quarta (25), sindicatos contrários à privatização esperavam a resposta de ao menos cinco ações que poderiam barrar o certame. 

O ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, afirmou, ao abrir o leilão, que a venda vai permitir o fim de um "apartheid energético" no país. 

"Vai permitir igualdade energética no país. Sei que esse é um processo que se inicia. Não tem nada a ver com a capitalização da Eletrobras. Estamos melhorando a qualidade do fornecimento de energia no Brasil."

Além da Cepisa, a Eletrobras pretende vender suas distribuidoras nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e Alagoas. As companhias foram colocadas à venda por um valor simbólico, de R$ 50 mil. O principal objetivo da estatal é se desfazer dos ativos, hoje deficitários. 

O leilão das demais empresas está previsto para o dia 30 de agosto.

O governo espera que, até lá, seja aprovado pelo Senado um projeto de lei que resolve a dívida bilionária das distribuidoras, o que deverá viabilizar principalmente a venda das empresas do Norte do país. O texto já passou pela Câmara, mas a votação no Senado ficou para depois do recesso parlamentar de meio de ano. 

Além disso, a venda da Ceal, de Alagoas, segue travada por uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), que impediu a venda da companhia com uma liminar após ação movida pelo governo de Alagoas.

Parte dos analistas ainda têm dúvidas se o imbróglio será resolvido antes de 30 de agosto.

A Ceal e a Cepisa, localizadas no Nordeste, são consideradas as distribuidoras mais atrativas da Eletrobras, por terem menos dívidas e pendências judiciais, além de serem locais onde as grandes companhias de energia já têm ativos e poderão buscar sinergias.