SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A gestão municipal de São Paulo, iniciada com João Doria (PSDB) e hoje sob Bruno Covas (PSDB), trocou pela quinta vez o titular da Secretaria de Assistência Social. 


A pasta, sob forte contingenciamento pela equipe de Covas, perdeu nesta terça-feira (18) o seu titular, Cláudio Tucci Junior, exonerado a pedido. A passagem-relâmpago dele pela pasta havia começado no mês de abril e durou menos de dois meses.


O adjunto Marcelo Del Bosco, que já havia assumido a pasta provisoriamente neste ano, assumirá até Covas anunciar o secretário permanente. A secretária municipal de Direitos Humanos, Berenice Giannella, é cotada para assumir o cargo –antes de entrar para a gestão Covas, ela havia sido presidente da Fundação Casa, que abriga adolescentes infratores, por 12 anos. 


Covas costuma dizer que assistência social é sua prioridade, mas, até o momento, sua ação mais ruidosa na área é um forte contingenciamento de verbas. Irregularidades em abrigos municipais também desgastaram a imagem do prefeito.


Após os cortes, no fim de março, o então secretário José Castro se demitiu, acusando o prefeito de precarizar a pasta. 


“O que me preocupa são medidas tomadas sem a consideração das características do sistema único de assistência social e que podem precarizar a rede de serviços. Não acredito que seja possível a manutenção da rede socio-assistencial com um corte da ordem de R$ 240 milhões. Mantido o congelamento, a precarização vai acontecer”, disse Castro ao jornal Folha de S.Paulo em março.


A secretaria tem sido cenário de brigas políticas e acusações desde o início da gestão tucana. Em média, cada um dos titulares ficou apenas seis meses. 


Pouco mais de cem dias após o início da gestão, o então prefeito, hoje governador do estado, João Doria, demitiu Soninha Francine (PPS), em vídeo em que ela aparece bastante constrangida. Após o episódio, Soninha assumiu postura crítica a Doria. 


“Eu acho que ele [Doria] mudou muito rápido de postura depois que assumiu a prefeitura. Ele se deixou entusiasmar demais pelo primeiro mês de governo, pela aprovação, pela reação das pessoas”, afirmaria ao jornal Folha de S.Paulo posteriormente. 


O substituto de Soninha, Filipe Sabará, foi quem durou mais tempo no cargo, um total de 576 dias. Ele assumiu o Fundo Social do estado e hoje é um dos principais cotados do Novo para concorrer contra Covas a prefeito de São Paulo em 2020.