Arquivo/BP – Chegada de frente fria

O calor deu uma trégua aos paranaenses neste final de semana. Mas a chegada de uma frente fria, além de marcar a queda da temperatura, acabou também trazendo uma série de tempestades que resultaram em tragédias envolvendo raios. Somente no sábado (2), por exemplo, foram dois episódios que terminaram em morte, um deles registrados na Região Metropolitana de Curitiba e outro no Litoral do Paraná.

O primeiro e mais grave caso ocorreu na Cervejaria Nut Bier, na Colônia Murici, em São José dos Pinhais. Segundo testemunhas, uma mulher teria entrado com o carro no imóvel quando um raio caiu e atingiu a rede elétrica da rua, arrebentando os fios elétricos. A mulher foi atingida por um desses fios e o marido e o filho dela correram para a socorrer, mas também acabaram atingidos pela corrente elétrica. O homem morreu na hora de parada cardíaca, enquanto a mulher e o filho tiveram de ser encaminhados em estado grave para o Hospital Evangélico.

O outro episódio foi registrado em Antonina. Uma mulher de 23 anos cozinhava em sua casa quando um raio atingiu e derrubou um galho de árvore, que por sua vez caiu na fiação elétrica da residência. A jovem acabou se assustando com a situação e bateu numa panela de pressão que estava no fogo. Ao cair, a panela soltou a pressão e pegou fogo no vapor, fazendo a vítima desmaiar. Ela foi socorrida pelo marido e levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu durante a madrugada, deixando o marido e quatro filhos.

Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, entre 1996 e 2017 (último ano com dados disponíveis) foram registrados no Paraná 162 óbitos relacionadas à incidência de raios, sendo quatro dessas ocorrências em 2017, que teve um caso a mais do que em 2016. Os anos com mais registros, contudo, foram 1996 e 1997, com 25 e 20, respectivamente.

Em números absolutos, o estado fica em terceiro lugar no ranking nacional de mortes por conta de raios, atrás apenas de São Paulo (380) e Minas Gerais (199). Nesse mesmo período, em todo o país foram registradas 2.314 mortes (61 em 2017, duas a mais do que no ano anterior), com uma média de 105 fatalidades por ano. Até hoje, os anos com mais mortes foram 2001, com 170, e 1996, com 167.