A prisão preventiva do ex-governador Beto Richa (PSDB), segundo o Ministério Público Federal se mostrou imprescindível em razão da recente tentativa comprovada de obstrução das investigações pelos envolvidos. A apuração demonstrou que, em agosto de 2018, a fim de impedir que o esquema fosse descoberto o contador da mulher de Richa, Fernanda Richa, teria procurado um dos corretores que intermediaram a compra de imóveis, usada como forma e lavar o dinheiro recebido, para que este mentisse em depoimento, caso fosse chamado a depor. 

O contador  Dirceu Pupo Ferreira,. que também foi preso nesta sexta-feira,25, segundo apurado teria agindo a mando de Beto Richa. Ele procurou um dos corretores de imóveis e pediu que a existência de pagamentos em espécie por fora fosse ocultada. 

Não satisfeito, de acordo com o relato do vendedor das salas comerciais, Ferreira, sempre agindo como preposto do ex-governador, ainda tentou contato para influenciar seu depoimento, a fim de solicitar que o pagamento em espécie fosse ocultado.

De acordo com o juiz federal Paulo Sergio Ribeiro, “o fato concreto apresentado pelo MPF é extremamente grave, evidenciando a tentativa de embaraçar a investigação, o que justifica a decretação da preventiva”.

O ato foi praticado para impedir a descoberta do esquema de lavagem de dinheiro, interferindo na produção da prova. “A influência no depoimento de possíveis testemunhas é fundamento clássico para a prisão preventiva para garantia da instrução criminal”, afirma o procurador da República Diogo Castor.