Marcelo Camargo/Agência Brasil – Bolsonaro: “Não aceitaremos qualquer medida

Em discurso para manifestantes pró-governo, hoje, em Brasília (DF), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ameaçar o Supremo Tribunal Federal (STF), e disse que não aceitará mais medidas ou sentenças judiciais que, segundo ele, estejam “fora das quatro linhas da Constituição”. Bolsonaro chegou a cobrar o presidente do STF, ministro Luiz Fux, para que ele “enquadre” o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que caso isso não seja feito “esse poder pode sofrer aquilo que não queremos”.

“Nós não mais aceitaremos que qualquer autoridade, usando a força do poder, passe por cima da nossa Constituição. Não aceitaremos qualquer medida, qualquer ação ou qualquer sentença que venha fora das quatro linhas da Constituição”, disse o presidente, em fala transmitida nas suas redes sociais.  

“Nós também não podemos continuar aceitando que uma pessoa específica da região dos Très Poderes continue barbarizando a nossa população. Não podemos aceitar mais prisões políticas no nosso Brasil. Ou o chefe desse Poder enquadra o seu, ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos. Porque nós valorizamos, reconhecemos o valor de cada Poder da República”, afirmou ele, se referindo a Moraes e a Fux.

“Nós todos aqui, na praça dos Três Poderes, juramos respeitar a nossa Constituição. Quem age fora dela se enquadra ou pede para sair”, disse o presidente.

Bolsonarou afirmou ainda que Moraes “perdeu as condições mínimas de continuar dentro daquele tribunal”. Ele negou defender uma “ruptura” política. “Nós todos aqui, sem exceção, somos aqueles que dirão para onde o Brasil deverá ir. Temos em nossa bandeira escrito ‘ordem e progresso’. É isso que nós queremos, não queremos ruptura, não queremos brigar com poder nenhum. Mas não podemos admitir que uma pessoa turve a nossa democracia. Não podemos admitir que uma pessoa coloque em risco a nossa liberdade”, afirmou Bolsonaro. Nesse momento, os manifestantes gritaram “Fora Alexandre”.

Bolsonaro disse ainda que as manifestações de hoje são um “ultimato” aos outros poderes. “É um ultimato para todos os que estão na praça dos Três Poderes, inclusive eu presidente da República. Para onde devemos ir”.