Curitiba é a terceira capital brasileira com o maior número de casas com computador e acesso à internet, como 62,71% dos domicílios e em 71,29% destas residências o acesso é de banda larga. À frente estão Vitória (68,41% e 80,55% em banda larga) e Florianópolis (67,67% dos quais 76,99% com banda larga). No ranking geral de acessos à internet aparece como a sexta cidade brasileira, atrás de São Caetano do Sul (SP) com 74,07%, Vitória com 68, 41%, Santos (SP) com 67,83%, Florianópolis (SC) com 67,67% e Niterói (RJ) com 62,72%.
Os números são da pesquisa Mapa da Inclusão Digital, divulgados ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Fundação Telefônica, e colocam a cidades citadas em larga vantagem em relação à média nacional, onde o índice é de apenas 33%. Esse número deixa o Brasil em 63º lugar no ranking de 154 países na avaliação do número de pessoas com acesso domiciliar à internet. Na Suécia, 97% dos domicílios estão conectados à rede.
O estudo utilizou dados do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o mapa, a cidade de São Caetano do Sul, no estado de São Paulo, apresenta o maior índice do país de acesso à internet em casa (69%). Já em Aroeiras, no Piauí, o percentual é igual a zero.

Para o coordenador da pesquisa, Marcelo Néri, o grande diferencial de Curitiba é o nível educacional.  A escolaridade é a maior causa do grande uso de internet nos municípios pesquisados e, o que me chamou a atenção, particularmente em Curitiba, é ascendência social da população, que em cinco anos apresentou a migração de cerca de 150 mil de curitibanos para a classe A, afirmou Néri. O pesquisador ressalta que Curitiba viveu um período de decadência, mas que agora está em franca recuperação econômica e social.

Quando a análise é apenas por estados, o Paraná aparece como o quinto, com 38,71% dos domicílios com computador e acesso à internet. À frente estão Distrito Federal (58,69%), São Paulo (48,22%), Rio de Janeiro (43,91%) e Santa Catarina (41,66%). Considerando o número de cidades paranaenses (399), o índice é similiar ao nacional, conta.
Ainda na análise por Estado, no Paraná além de Curitiba, entre as 30 cidades onde a inclusão digital é maior, aparecem apenas duas: Maringá e Londrina. Maringá, que aparece na 14ª posição, o índice é de 58,58%. Já Londrina ocupa a 29ª colocação com 53,64%.
O mapa mostra também cidades em que o nível de acesso se difere por regiões. No Rio de Janeiro, por exemplo, 56% de domicílios têm acesso à internet. Na Barra da Tijuca, bairro nobre da zona oeste, esse índice chega a 94%, a vizinha, Rio das Pedras, apresenta o menor índice da cidade (21%).

Para o coordenador da pesquisa, as desigualdades sociais não são os únicos fatores para esse resultado. Copacabana é um bairro rico, mas tem uma grande população de idosos que não costumam usar computadores e internet, destacou Neri.
Segundo a pesquisa, a maior parte da população acessa a internet em casa, utilizando banda larga (46,92%). Depois, vêm os centros públicos de acesso pago (35,11%). Cerca de 31% acessam no trabalho, seguido da casa de amigos e parentes (19,7%) e instituição de ensino (17,5%). O acesso público gratuito é utilizado por 5,52% da população. Na pesquisa, os entrevistados puderam escolher mais de uma opção de acesso.