Arquivo Bem Paraná – A Praça 19 de Dezembro

Os alpinistas urbanos Matheus Momm e Jaílson Gilberto da Silva receberam uma missão inusitada. No fim deste mês eles irão escalar os 44 metros do obelisco da Praça 19 de Dezembro, em Curitiba, onde está instalada também a estátua do Homem Nu, com a missão de lavá-lo e recuperá-lo. Fonseca e Silva são funcionários da Associação de Condomínios Garantidos do Brasil (ACGB), uma entidade sem fins lucrativos, que tem promovido voluntariamente a recuperação das calçadas, dos canteiros e das fachadas de prédios históricos da área central de Curitiba, pichados com frequência. Os profissionais são pagos pela ACGB e cumprem diariamente roteiro de manutenção no centro expandido da capital.

Na semana passada, os alpinistas urbanos estiveram na praça 19 de dezembro para avaliar e planejar a escalada do obelisco, cuja altura equivale a um prédio de 15 andares. Profissionais experientes, Fonseca e Silva são requisitados frequentemente por síndicos para promover a retirada de pichação no alto dos edifícios.

O trabalho no obelisco exigirá os mesmos cuidados que eles adotam ao escalar grandes alturas. Checagem de cordas e presilhas, que devem estar em perfeitas condições, dos equipamentos individuais – botas especiais, capacete, óculos de segurança e roupas com proteção reforçada –, condições climáticas e velocidade do vento. Por essa razão, a data ainda não foi fixada, mas segundo eles, ocorrerá até o fim de abril.

“Todo o planejamento é feito para que o risco nas escaladas aproxime-se do zero em uma tabela de checagem”, afirma Deise Fonseca, coordenadora da ACGB.

De autoria do escultor Erbo Stenzel, o obelisco da Praça 19 de Dezembro foi inaugurado em 1953, no governo de Bento Munhoz da Rocha, em comemoração ao centenário de emancipação política do estado. A obra é revestida de granito e ostenta, na parte da frente, um escudo do Paraná, em alto relevo.

No início desta semana, os alpinistas urbanos promoveram a despichação do Viaduto João Negrão, mais conhecido como Ponte Preta, no centro de Curitiba. O trabalho consistiu em cobrir com tinta preta as pichações nas laterais da estrutura de metal. O trabalho foi concluído em três horas.