
Antes mesmo de a pandemia do novo coronavírus tornar o uso de máscara em algo rotineiro, um grupo em Curitiba já se esforçava para produzir o equipamento e garantir o acesso a ele por parte de pessoas com imunidade baixa. É o projeto Respirando Amor, que reúne um grupo de vizinhos de um condomínio de Curitiba e teve um ano de transformação e muito trabalho em 2020. Ao todo, foram mais de 10 mil máscaras doadas só no ano passado, ajudando hospitais, escolas, associações, comunidades mais carentes (como a da Caximba) e inúmeras pessoas físicas a permanecerem mais seguras diante de um inimigo invisível, o novo coronavírus.
Fundadora do grupo de voluntariado entre vizinhos e também idealizadora do projeto Respirando Amor, Sylvia Kuhlmann Souza conta que tudo começou quando ela veio a conhecer o projeto Brasil sem Frestas, que utiliza caixas de leite para vedar residências precárias.
Com o time de voluntários se formando aos poucos, outros dois projetos ainda foram apoiados pelo grupo de vizinhos: o Pinguinhos de Tinta, que ajuda crianças carentes com a doação de materiais escolares, e o projeto Tampinha Solidária, que reúne e vende tampas para adquirir fraldas para os idosos do Asilo Tarumã.
Nesse meio tempo, contudo a mãe de Sylvia teve um câncer, e aí surgiu a vontade de fazer algo para ajudar aqueles acometidos por neoplasias. Enquanto buscava por uma iluminação, uma ideia, ela acabou vendo na televisão, durante um sábado, a apresentadora e atriz Ana Furtado. “Ela teve câncer e estava usando máscara colorida. Essa doença é muito fria e as cores deram um tom”, relata Sylvia, que decidiu então começar a produzir máscaras para pessoas com câncer ou com baixa imunidade.
Desde o princípio, as máscaras são feitas manualmente pelo grupo, chamado Voluntárias Botânica, e produzidas com tecidos coloridos e alegres. Com a pandemia, porém, foi necessário acelerar o trabalho para alcançar mais pessoas, ao mesmo tempo em que foi preciso fechar o ateliê de trabalho. As voluntárias, então continuam produzindo cada uma em sua casa, com o produto sendo feito com o tecido tricoline em seis tamanhos diferentes, que atendem desde bebês até pessoas adultas.
Amor que se multiplica: Vina e Tricotando com Amor
Na esteira do projeto Respirando Amor, as Voluntárias Botânica também já fundaram outras duas iniciativas de impacto social em Curitiba. Um deles é o Vina, que toda primeira segunda-feira do mês atendia principalmente moradores de rua, entregando cachorro-quente na frente da rodoferroviária da capital paranaense, às 19 horas. Por conta da pandemia, porém, a iniciativa foi temporariamente suspensa e deverá ser retomada na medida em que as voluntárias forem imunizadas contra a Covid-19.
Já o outro projeto se chama Tricotando com Amor e só no último ano conseguiu fazer a doação de quasse 500 bolsinhas para escolas públicas, para o Hospital Evangélico e para o Lar D. Vera. As bolsinhas, também feitas à mão pelas voluntárias, são ainda doadas todas recheadas de docinhos, pulseirinhas, batons, presilhas, álcool em gel e máscara.
SERVIÇO
Respirando Amor
O que é: Uma iniciativa criada pelo grupo Voluntárias Botânica para doar máscaras para pessoas com câncer e imunidade baixa. Com a pandemia, expandiram a atuação para ajudar toda a sociedade e no ano passado distribuíra mais de 10 mil itens
Como funciona: Tradicionalmente, os participantes do projeto se reúnem alguns dia da semana em um atelier para produzir. Em tempos de pandemia, porém, cada um dos voluntários tem produzido em suas próprias casas as máscaras que virão a ser doadas.
Como ajudar: Doações de tecido são sempre bem vindas e o projeto também sobrevive com a venda de kits de pano de prato. Para ajudar, basta entrar em contato por meio das redes sociais listadas abaixo
Facebok: @projetorespirandoamor
Instagram: @projeto_respirando_amor