O pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) aprovou ontem o recurso do Atlético sobre o regulamento do Campeonato Paranaense. Com isso, a segunda fase da competição obedecerá o que está escrito no artigo 9º da competição. O 1º colocado da 1ª fase, no caso o Atlético, terá os mandos de campo de todos os jogos do octogonal final, que começa sábado.
Serão sete partidas na Arena, contra Coritiba, Nacional, J.Malucelli, Paraná, Iraty, Cianorte e Paranavaí. A fase final será disputada em turno único. O 1º colocado da 1ª fase começa com dois pontos extras. O 2º colocado, o Coritiba, larga com um ponto extra.
O artigo 9º estabelece que a equipe melhor colocada na fase anterior tenha o mando de campo no octogonal. Com isso, o Coritiba terá seis mandos, o Nacional cinco e assim por diante. O Paranavaí fará sete jogos fora de casa.
A Federação Paranaense de Futebol (FPF) defendia que regulamento não poderia ser interpretado dessa maneira. Para a entidade, valia o que foi combinado entre os clubes no arbitral. Ou seja, quatro mandos de campo para os quatro primeiros colocados.
A proposta da FPF foi apoiada no julgamento por cinco clubes: Coritiba, Nacional, Paraná, Cianorte e Paranavaí.
O J.Malucelli – dos irmãos Joel e Juarez Malucelli – e o Iraty – comandado por Sérgio Malucelli – apoiaram a proposta do Atlético, presidido por Marcos Malucelli.
Nove auditores participaram do julgamento, que começou às 13h30 e terminou às 16h30, na sede do STJD, no Rio de Janeiro. Oito votaram a favor do recurso do Atlético. O único contra foi o presidente do Tribunal, Rubens Approbato, que votou por último.
O resultado de 8 a 1 não foi contestado pela FPF e por outros clubes que defendiam a proposta da entidade. Para eles, o julgamento foi técnico e não teve interferência de questões políticas. “A decisão foi embasada no entendimento de cada auditor”, comentou Juliano Tetto, advogado da Federação. “A discussão ficou apenas nas questões técnicas”, confirmou o advogado Itamar Cortes, que defendeu o Coritiba.
As acusações do procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, contra a FPF não fizeram parte do julgamento. Nos últimos dias, Schmitt criticou a Federação por tentar direcionar a opinião dos clubes. “Não pode haver direcionamento de opinião de clubes nos autos do processo esportivo”, criticou, antes do julgamento. “Isso é cabrestagem”, atacou.

O histórico da confusão
– O artigo 9 do Campeonato Paranaense tem a seguinte redação: “Na segunda fase do campeonato, as oito equipes classificadas se enfrentam em turno único, com mando de campo da equipe que teve melhor classificação geral na fase anterior”.
– A Federação Paranaense de Futebol divulgou a tabela da 2ª fase com quatro mandos de campo para os quatro primeiros colocados da 1ª fase.
– A pedido da procuradoria do TJD, o tribunal paranaense julgou o caso e manteve o sistema adotado pela FPF.
– Insatisfeito, o Atlético levou o caso para o STJD, que julgará a questão em 23 de março.
– Na tabela da 2ª fase, a FPF definiu que o 1º colocado jogará fora de casa contra o 2º colocado. Esse é um dos pontos contestados pelo Atlético.
– Sete dos 15 clubes que disputam a competição estiveram reunidos em 12 de março na Futpar
– A proposta da Futpar era que os quatro primeiros tivessem quatro mandos, mas com mudança nos confrontos.
– Pela proposta, o 1º colocado jogaria em casa contra o 2º, o 3º, o 4º e o 5º colocados. O 2º colocado joga em casa contra o 3º, o 4º, o 5º e o 6º, e assim por diante.
– A FPF recusou a proposta e disse que consultou outros clubes para tomar essa posição.