BRUMADINHO, MG (FOLHAPRESS) – Nas ruas do pequeno povoado de Brumadinho atingido pelo rompimento da barragem da Vale, o trânsito continua intenso desde o desastre.


Continuam circulando as viaturas da polícia e dos bombeiros, ambulâncias, carros e vans de jornais e TVs, caminhões que ninguém sabe o que fazem ali… mas a população não está mais nas ruas. Escondeu-se dentro das casas, cansada, triste, chorando seus mortos e estressada com tanto barulho e poeira.


O vaivém dos carros de serviços de resgate, imprensa e de atendimento humanitário mais levanta poeira do que chama a atenção da população local. E quem está nas ruas são bombeiros, membros de grupos de resgate, policiais, militares, jornalistas e voluntários. Gente da vila, pouco se vê.


“Não é o sol, não é o calor. Ninguém está saindo de casa é por tristeza”, disse Hilton Souza Ribeiro, dono da Mercearia Tote, no centro do vilarejo, no início de uma tarde quentíssima.


O Centro Comunitário de Córrego do Feijão continua sendo o pólo aglutinador da gente da vila. Trata-se de uma casa construída pela Vale com tijolos de adobe, bem sólida, no meio da vila.


Ali, desde o rompimento, instalou-se o centro de comando dos bombeiros e da polícia, mas no gramado do entorno estão as barracas da Defensoria Pública, dos oficiais de registro civil (que emitem novas certidões de nascimento, casamento ou óbito) e dos psicólogos voluntários.


Se existe um lugar para se ir em Córrego do Feijão, umas das comunidades mais atingidas, é o Centro Comunitário. Mas, de gente local, poucos. Menos do que os atendentes.