O fornecimento de água à capital do Zimbábue foi interrompido por falta de produtos químicos para purificação de água em meio a uma epidemia de cólera no país, informou a mídia estatal nesta segunda-feira.
Harare, a capital zimbabuana, está quase totalmente sem água. A interrupção no fornecimento começou ontem, informou o jornal governamental Herald.
“A maior parte de Harare, inclusive o centro da cidade, não tinha água ontem em meio a notícias de que a Companhia de Saneamento Básico do Zimbábue havia parado de bombear o recurso por causa da escassez de produtos químicos essenciais”, prosseguiu o diário.
Os moradores da populosa Chitungwiza, cidade irmã de Harare, disseram à AFP que suas torneiras também estavam secas.
Por toda a cidade, pessoas eram vistas com galões em busca de água. Outras cavavam o quintal em busca de eventuais poços rasos
Diversas repartições públicas estavam fechadas nesta segunda-feira por causa da interrupção no fornecimento dos serviços de água e saneamento.
Harare sofre com cortes no fornecimento de água há anos. Os moradores mais ricos da capital zimbabuana instalam poços profundos ou cisternas para ter acesso à água.
Mas o corte no fornecimento de água parecer ter como objetivo impedir o fornecimento de água não tratada à população de Harare, que está no epicentro de uma epidemia de cólera.
O cólera é uma doença gastrointestinal transmitida por meio de água contaminada e está relacionada a condições precárias de higiene, à superpopulação e à falta de sistemas adequados de saneamento. A doença pode ser tratada com relativa facilidade, mas provoca muitas mortes em países em desenvolvimento.
De acordo com informações do governo, 425 pessoas já morreram em todo o país por causa do surto de cólera iniciado em agosto. O número de casos suspeitos da doença supera a marca de 11 mil. As informações são da Dow Jones.