Franklin de Freitas

Agentes penitenciários fazem protesto na tarde desta quinta (13) por causa da morte do colega Lourival de Souza, executado na quarta (12) dentro de sua casa, no Jardim Esmeralda, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. A vítima, que trabalhava na Penitenciária Estadual de Piraquara, vinha sofrendo ameaças de morte de uma facção que atua em prisões do Estado. Segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (Sindarspen), Ricardo Miranda, outros policiais penais também estão sofrendo ameaças: “O governo do Estado sabia que Souza estava sofrendo ameaças e nada fez para protegê-lo. Nós precisamos de segurança jurírdica e pessoal para podermos trabalharmos. É obrigação do Estado. A categoria está esquecida pela administração estadual, porque além das ameaças também há muitos suicídios e ainda por cima a Covid-19 que também nos ameaça”. O protesto começou na frente da Capela Mortuária São Roque, onde o agente penitenciário foi velado,  seguiu para o Palácio Iguaçu, onde os manifestantes colocaram cruzes simbolizando as mortes no sistema penitenciário.

Segundo a polícia, quatro homens são suspeitos de terem participado da execução do agente. Três deles entraram na casa e o executaram enquanto ele tomava banho. O quarto suspeito ficou do lado de fora e rendeu vizinhos. Ninguém foi preso ainda. O Sindarspen divulgou áudios onde a vítima conta que em um celular apreendido na penitenciário havia sua foto e informações para que fosse executado. “Um colega meu tem contatos com o pessoal do 13° [Batalhão da Polícia Militar] e perguntaram: você conhece um tal de seu Lourival? Ele disse que trabalha comigo, inspetor da PEP I. Nisso ficou sabendo que pegaram um celular com uma senhora e nele tinha os dados do seu Lourival, com foto dele, dizendo que era para executar”, diz trecho do áudio.

A polícia já ouviu oito testemunhas do caso. Souza trabalhava no sistema penitenciário do Paraná há 14 anos e fazia parte do Setor de Operações Especiais (SOE) lotado na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP).

O que o Depen diz

Em nota, o Departamento Penitenciário  do Paraná (Depen-PR) afirmou que todos os registros de ameaças a servidores públicos são devidamente apurados pelo setor de inteligência do Depen: “Sobre esse caso, todas as medidas cabíveis foram adotadas pela penitenciária em que o policial penal estava lotado. Inclusive, por precaução, o servidor foi afastado da carceragem para que não tivesse contato com presos e, ainda, estava em processo de transferência para atuar em outra unidade penal. O Depen acompanha de perto as investigações e irá auxiliar no que for possível para esclarecer a morte do agente público”.