Reprodução/Portal Morte Digital

A grande maioria das pessoas que possuem contas em redes sociais já se deparou com perfis de amigos, conhecidos ou parentes que já faleceram. O número, segundo pesquisas, chega a mais de 20 milhões de usuários mortos somente no Facebook, ainda a principal rede no mundo. Inclusive, um levantamento apontou que em 2098 haverá mais mortos que vivos na ferramenta. Lembretes de aniversários, notificações de momentos celebrados juntos e pessoas enviando mensagens cheias de sentimentos àqueles que já partiram levaram o médico, neurocientista e empresário Jô Furlan a investir em um novo negócio, que visa ajudar familiares a encerrar tais perfis, evitando mais sofrimentos com o desconforto ao ter de fazer as solicitações junto às empresas responsáveis.

Lançado oficialmente pela startup WebTech Brasil em 2015, o site Morte Digital passou por uma reestruturação e deve iniciar campanhas de divulgação dos serviços em breve, aproveitando cada vez mais a questão da herança digital. A empresa foi criada para auxiliar quem deseja pôr fim à presença digital de usuários falecidos e pessoas que queiram planejar a sua própria morte digital (herdeiro digital). “Muitas vezes, é doloroso ter que topar com aquelas lembranças que saltam aos nossos olhos com frequência. Vejo casos de pessoas que já se foram e ficam online na minha lista de contatos no Skype, por exemplo. Nosso papel é, primeiramente, contribuir com a comunicação da família e amigos sobre o falecimento de alguém, compartilhando nas redes. Num segundo momento, vamos auxiliar no processo para que haja a exclusão das contas”, explica Orlando Stumpf, sócio-diretor.

O tema é delicado, como o próprio criador das soluções reconhece. “Sabemos que há famílias que preferem manter tudo configurado como o falecido deixou, com receio de cometer um assassinato de alguém querido, mesmo que virtualmente. Entretanto, sabemos que outras tantas preferem preservar as melhores lembranças sem que haja o desgaste emocional de ter que fazer tudo para encerrar contas ou ficar observando – ou até manipulando – perfis de seus entes. Ao contrário da morte real, a morte digital não ocorre naturalmente”, ressalta Furlan.

De posse do Atestado de Óbito e devidamente autorizados, a Morte Digital efetua o contato com as empresas provedoras dos serviços de contas e efetiva o encerramento das mesmas, ou, ainda, converte as contas em um memorial, caso seja a decisão do solicitante.

Serviço complementar

Outro serviços lançado pela é a Nota de Falecimento, que permite às pessoas publicarem uma comunicação de falecimento de um parente ou amigo. Além de ser replicado nas redes sociais, fica registrado em um banco de dados público. “Por segurança, é necessário enviar cópia da certidão ou atestado de óbito. Após recebimento e validação do documento pela nossa equipe, a publicação fica liberada”, explica Stumpf.

Outro ponto importante gerado com o lançamento do banco de dados é a questão de evitar fraudes. “Milhões de fraudes que ocorrem utilizam nomes e dados de pessoas falecidas. Com a possibilidade de publicar no Nota de Falecimento esse risco diminui. Pode ser uma relevante fonte de pesquisa de serviços de crédito e instituições financeiras, pública etc.”, enaltece.

Para conhecer mais, acesse www.mortedigital.com.br.