A OGX, petroleira de Eike Batista, entrou com um pedido de recuperação judicial na tarde desta quarta-feira (30), 29 dias após a companhia anunciar que não pagaria US$ 45 milhões em dívidas.

O pedido, feito após a negociação da dívida com credores falhar, abrange quatro empresas: OGX Petróleo e Gás Participações S/A, OGX Petróleo e Gás SA, OGX Internacional e OGX Áustria.

Na última terça-feira (29), a empresa revelou detalhes das negociações que ocorreram em Nova York e Rio de Janeiro, apontando que a OGX tentou convencer credores a injetar mais crédito na companhia, algo entre US$ 250 milhões e US$ 500 milhões.

Com as negativas, a empresa anunciou que ficará sem caixa até dezembro.

Criada em 2007, a OGX acumula dívidas sem garantia de US$ 5,1 bilhões. O valor inclui US$ 3,6 bilhões de detentores de títulos de dívida emitidos no exterior, caso das gestoras americanas BlackRock e Pimco. Além disso, há US$ 546 milhões em dívidas com fornecedores e pelo menos US$ 900 milhões com a OSX, braço de construção naval do grupo EBX – a companhia alega que o montante chegaria a US$ 2,6 bilhões. Há também dívidas de pouco mais de US$ 300 milhões com bancos como Itaú, Santander e Morgan Stanley, mas no caso dessas instituições financeiras os débitos contam com garantias.

A OGX reportou que a venda de 40% dos blocos BM-C-39 e BM-C-40 à malaia Petronas ainda está sendo discutida no processo de recuperação financeira da petroleira, comandado pela Angra Partners e Lazard. “Tão logo tenhamos definição sobre os assuntos supra mencionados faremos divulgação através de Fato Relevante”, disse a empresa em comunicado.