Divulgação – Marielle Franco

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A dois dias de completar um ano do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 14 de março, uma operação da Polícia Civil do Rio prendeu na manhã desta terça-feira (12) dois suspeitos de participarem do crime.

Batizada de Lume, em referência ao Buraco do Lume, praça no centro do Rio em que parlamentares do PSOL costumam se reunir para falar de seus mandatos toda sexta-feira, a operação contou com a participação do Ministério Público do Rio, por meio do Gaeco.

Entenda os pontos principais da Operação Lume, as ações que já foram realizadas e os próximos passos da investigação. 

Quem são os homens presos na Operação Lume?

O policial militar reformado Ronnie Lessa, 48, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, 46.

Qual o papel de cada um no crime?

De acordo com a denúncia, Lessa disparou os tiros e Queiroz dirigiu o carro que interceptou a vereadora.

Quais indícios levaram à prisão dos dois?

Imagens de câmeras de monitoramento, testemunhos e quebra de dados telemáticos. Durante meses, Lessa pesquisou sobre locais frequentados por Marielle. Dias antes do crime, por exemplo, ele buscou a rua onde a vereadora morava.

Foi identificado o mandante do assassinato?

Não. A polícia e o Ministério Público dizem que ainda não chegaram a esta parte da investigação. Segundo eles, a próxima fase será dedicada a identificar possíveis mandantes e motivações para o crime.

O presidente Jair Bolsonaro conhecia os suspeitos?

Exceto pelo fato de terem casa no mesmo condomínio, não há indícios, por ora, de relação entre o presidente e Lessa.

Por que a operação foi deflagrada às vésperas do crime completar um ano?

Segundo o Ministério Público, foi uma coincidência. O órgão nega qualquer relação premeditada com a data e diz que não trabalha com prazos. De acordo com a promotoria, a denúncia foi oferecida neste momento porque foi quando a investigação ficou madura.

O que os presos dizem?

Ambos negam a acusação. O advogado de Ronnie Lessa afirmou que ele nega veementemente que tenha cometido qualquer assassinato. O defensor de Élcio Vieira de Queiroz disse que seu cliente tem um álibi que provará que ele não estava presente no local do crime.

Quais os próximos passos?

Nesta terça foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão em diferentes apartamentos, como parte da segunda fase da investigação. A partir de agora, o objetivo é identificar os mandantes e as motivações para o crime. Lessa e Queiroz passarão a noite na Delegacia de Homicídios e responderão a interrogatório, possivelmente nesta quarta (13). O governador Wilson Witzel disse que eles poderão receber uma oferta de colaboração premiada.