A Prefeitura de Curitiba está testando uma nova tecnologia para a contagem de ciclistas e pedestres na cidade. O sistema é da empresa curitibana Soluções Ambientais com Inovação e Sustentabilidade (Sacis), que está utilizando dois tipos de equipamentos para o projeto-piloto na capital.

O primeiro, um sensor piroelétrico (um infravermelho passivo), foi instalado durante uma semana no Bondinho da Rua XV de Novembro para fazer a contagem dos pedestres que passam pelo calçadão, e durante um dia em um ponto da Via Calma da Avenida Sete de Setembro, também para contar pedestres.

O segundo equipamento é formado por sensores colocados em dois tubos pneumáticos e foi instalado durante dois dias na Via Calma para contar a passagem de bicicletas. No primeiro dia, foi feita a contagem de ciclistas que trafegam pela ciclofaixa; no segundo dia, foi realizada a contagem de ciclistas que trafegam pela canaleta de ônibus.

Os testes seguirão com os dois equipamentos nesta quarta-feira (10) na Via Calma.

O projeto-piloto está sendo realizado sem custos para a Prefeitura de Curitiba. Os testes passarão por avaliação da comissão de análise de projetos da Secretaria Municipal de Trânsito, composta por membros da secretaria, da Universidade Federal do Paraná e da Universidade Positivo.

Estamos reforçando o conceito de que o pedestre e o ciclista são atores importantes no compartilhamento de trânsito da cidade. Esse tipo de equipamento pode ser de muito valor para tomadas de decisões no planejamento viário e cicloviário da cidade, afirma a secretária municipal de Trânsito, Luiza Simonelli.

Segundo Alexandre Lorenzetto, diretor da Sacis, os dados podem ser utilizados para saber a demandas da cidade, monitorar as tendências, decidir quando é preciso aumentar infraestrutura de ciclovias e calçadas. O equipamento também apresenta os dados por horários do dia, o que possibilita saber quantas pessoas estavam caminhando pela rua em qualquer horário. Esse tipo de dado pode contribuir para melhorar a segurança dos locais pesquisados, saber quais ruas são mais utilizadas, além de outras informações que vão ajudar no planejamento da cidade, diz.

Os equipamentos são franceses e estão presente em mais de 40 países. Na América Latina, o Chile e Brasil foram os primeiro países a utilizar a tecnologia, há dois anos. Curitiba está sendo a primeira cidade a testar o sensor de pedestre, que atualmente tem sido utilizado apenas em parques nacionais e estaduais do Brasil. O sensor para bicicletas já foi utilizado no Rio de Janeiro e São Paulo, cidades que juntamente com Curitiba estão investindo em planos cicloviários, revela Lorenzetto.

A leitura dos dados levantados pode ser feita por transmissão de área via GSM para uma plataforma de análise on-line. Ou via Bluetooth, utilizado em locais que não há possibilidade de colocação de cabos de transmissão – uma espécie de imã é aproximada do equipamento e os dados são transferidos para um computador próximo. A transmissão para plataforma de análise é feita via internet depois.

Outra característica dos equipamentos é que ambos têm autonomia energética de dez anos, com capacidade de memória de dois anos (período de coleta).