Franklin de Freitas

Os foliões lotaram a Rua Marechal Deodoro na noite deste sábado (2) para assistir ao desfile das escolas de samba do grupo especial, o ponto alto da programação do Carnaval 2019 promovido pela Prefeitura de Curitiba. Milhares de pessoas ocuparam as arquibancadas e circularam pelo eixo de animação, entre a Rua Barão do Rio Branco e a Avenida Marechal Floriano Peixoto. Neste domingo (3) tem o defile das escolas de samba do grupo de acesso.

As apresentações serão avaliadas por uma comissão de jurados. A apuração das notas e a proclamação da escola campeã de 2019 será na segunda-feira (4/3), a partir das 15h, no Memorial de Curitiba.

O desfile foi aberto com três blocos tradicionais: o Afoxé Aiyé Layó, que reuniu integrantes de terreiros de umbanda e candomblé, para fazer o ritual de “purificação” da avenida do carnaval; o Unidos de Judá, bloco evangélico que também teve a missão de trazer energia positiva para o desfile, transmitindo mensagens de paz e harmonia; e o Rancho das Flores, que mostrou a irreverência e a vitalidade de uma legião de idosos, que brincou e sambou ao som da marchinha em homenagem à poetisa Helena Kolody.

Festa do samba 

As escolas de samba entraram na passarela por volta das 20h30. A primeira a desfilar foi a Enamorados do Samba, a mais jovem entre as agremiações carnavalescas da capital. A escola estreou no carnaval do ano passado já com grande número de componentes e encantou a plateia. Este ano repetiu a dose levando para a avenida o enredo “Enamorados é pura energia”, com a proposta de mostrar que a vida é fruto da fusão da energia da natureza com a força da fé.

A Leões da Mocidade veio na sequência, com uma homenagem ao músico Waltel Branco, que morreu no ano passado aos 89 anos. O enredo “Partituras em preto e branco, no prelúdio erudito e popular de Waltel” exalta a trajetória do artista paranaense que se tornou um dos músicos mais influentes dentro e fora do Brasil. “Não exaltamos só a sua biografia, mas desfilaremos pelos caminhos da musicalidade de Waltel. Iremos contemplar o público com seus acordes e notas musicais e todos os elementos que consagram a sua trajetória fabulosa”, anunciou o carnavalesco Fábio Bento.

A Escola de Samba Imperatriz da Liberdade convidou o público para conhecer os mistérios e magias que constituem a religiosidade africana. Com o enredo “Ogum”, a Imperatriz apresentou os deuses do povo africano, trazidos pelos escravos e que hoje são cultuados nos terreiros de candomblé, com muita devoção, música, dança, cor e movimento.

“Cana, mé, branquinha, quero ver perder a linha na danada da cachaça” foi o tema apresentado pela Escola de Samba Acadêmicos da Realeza. O samba, as fantasias e alegorias contaram a história da centenária bebida destilada da cana-de-açúcar, um símbolo da cultura brasileira que vem dos tempos do Brasil Colonial.

A Mocidade Azul, tetracampeã do carnaval curitibano, foi a última escola a entrar na avenida, com o enredo “Carnaval é Ubuntu”, uma referência à “Mãe África”, berço da humanidade. Ubuntu significa coletividade, comunidade, generosidade, e a escola procurou mostrar que o carnaval é um exemplo desse espírito “ubuntu” no mundo ocidental. “Numa época de grandes manifestações, onde grupos se vestem de diversas cores e símbolos para defender e lutar por suas causas, a Mocidade Azul se veste de África para defender e propagar essa linda filosofia”, disse o carnavalesco da escola, Ric Garanhani.

“O Carnaval de Curitiba se supera a cada ano. As escolas surpreendem com a sua produção de alegorias, fantasias e enredos. O Rancho da Flores trouxe muita alegria com uma homenagem a Helena Kolody e belas fantasias”, disse a presidente da FCC, Ana Cristina Castro.

O desfile do grupo especial terminou por volta das 2h da madrugada.

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Clique aqui para ver fotos do desfile da escola de samba Enamorados do Samba.

Clique aqui para ver fotos e vídeo do desfile da escola de samba Leões da Mocidade.

Clique aqui para ver fotos e vídeo do desfile da escola de samba Imperatriz da Liberdade.

Clique aqui para ver fotos e vídeo do desfile da escola de samba Mocidade Azul.

Homenagem

Antes da entrada das escolas, a Prefeitura de Curitiba e a Fundação Cultural de Curitiba prestaram homenagens ao carnavalesco Glauco Souza Lobo e ao locutor oficial do carnaval curitibano João Mário Istrisoski, que faleceram este ano. A presidente da FCC, Ana Cristina de Castro, entregou a placa de homenagem à esposa de João Mário, Adriana, e à esposa de Glauco Souza Lobo, Maria Eduarda (Dudu Souza Lobo). As homenagens também foram entregues ao filho e filhas de João Mário (João Mateus, Anelise e Andressa) pelo diretor de Ação Cultural da FCC, Beto Lanza, pelo presidente da Comissão de Carnaval, Jaciel Teixeira, e por Luzia Simplício da Silva, membro da Comissão do Carnaval.

Domingo é dia do grupo de acesso

Neste domingo (3), será a vez das escolas do grupo de acesso. A festa começa às 18h com a apresentação da escola de samba mirim “Sambistas do Amanhã”, seguida dos blocos Fui Pará, Fogosa, Púrpura e Boêmios e Madames. As escolas entram na avenida por volta das 21h30. Serão quatro: Unidos de Pinhais, Império Real de Colombo, Internautas e Embaixadores da Alegria.

Para receber os foliões e garantir um carnaval seguro, a Fundação Cultural de Curitiba cuidou da infraestrutura. Além da montagem de arquibancadas e dos equipamentos de som e iluminação, foram instalados 120 banheiros químicos, barracas de alimentação, tenda para atendimento médico de emergência e três ambulâncias. O esquema de segurança contou com efetivos da Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e equipe de segurança privada.