O universo surreal e bem humorado do jornalista Manoel Carlos Karam (1947/2007) é o mote principal da peça “Bolacha Maria – um punhado de neve que restou da tempestade”.

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De fato, Bolacha Maria faz um recorte preciso em vários textos do dramaturgo catarinense, que morou boa parte da vida em Curitiba. Como nos livros de Karam, a peça parte de situações cotidianas onde os personagens contam histórias aparentemente banais que vão se unindo uma a outra. Assim, o que inicialmente parecia sem sentido, aos poucos vai ganhando forma levando o espectador a dar um mergulho num espetáculo com casos curiosos que passam pelo absurdo e pelo lírico com narrativas fantásticas.

A diretora Nadja Naira se sente atraída pelas situações paradoxais existentes nos texto literários do autor. “Apesar de temas universais muitas vezes o Karam aborda personagens, comportamentos e temas regionais. Adaptar esses textos para o palco, dar corpo e voz aos seus narradores e personagens é perceber que tudo se encaixa num jogo-brincadeira que nunca acaba e no qual você pode entrar quando quiser”, considera.

A peça Bolacha Maria – um punhado de neve que restou da tempestade reúne no elenco: Alan Raffo, Alexandre Nero, Sol Faganello, Tatiana Blum e Diego Fortes, que além de atuar é diretor da companhia. O projeto é produzido por Michele Menezes e também conta com a participação de Fabianna Pescara e Renata Skrobot (figurinos), Erica Mithiko (cenário), Mônica Infante (preparação corporal), Gabriel Gorosito (preparação vocal) e Beto Bruel (iluminação), parceiro artístico de Karam desde a década de 70, no Grupo de Teatro Margem. O projeto Bolacha Maria, que recebeu como incentivo o Prêmio Myriam Muniz de Teatro, da Funarte, é composto por três etapas: processo de pesquisa sobre a obra do escritor; ciclo de leituras dramáticas e uma montagem teatral, que estréia agora em Curitiba.