A Praça Santos Andrade, no Centro de Curitiba, será palco nesta segunda (6) de um grande protesto contra o corte de bolsas de mestrado, doutorado e pós–doutorado e programas de bolsas de iniciação à docência (Pibid), anunciado pelo governo federal. O ponto de encontro será nas escadarias do prédio da Universidade Federal do Paraná (UFPR).  "Além disso, isso não é só um ataque à educação pública, mas sim a toda a ciência e tecnologia, causando um grande retrocesso no desenvolvimento de pesquisas de brasileiros e brasileiras", diz a chamada para o evento no Facebook, que está marcado para as 18h30.

O evento é organizado pelo CWB Resiste, que anuncia também que no local será feita assembleia para definir os rumos do movimento. Já há 1600 presenças confirmadas e outras 4.500 pessoas se declararam interessadas no evento. 

Também está marcado para quarta (8) um outro ato pelo Coletivo Sociologia da UFPR na Reitoria para discutir o corte. "Convidamos a todas/os estudantes, secundaristas, de graduação e de pós-graduação, professores/as, bem como coletivos estudantis e programas de pós-graduação, a se somarem a esta manifestação". A organização pede que levem pincéis, canetões, tintas e cartolina para a confecção de cartazes. 

Veja a convocação para o evento

Reitor já se manifestou – O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, fez nasexta-feira (3) um apelo para que a comunidade universitária e a sociedade se mobilizem para defender a pós-graduação e a universidade brasileira, diante da ameaça de cortes severos nos recursos para fomento à pesquisa em 2019. Em pronunciamento gravado, o reitor afirma que o futuro do País estará comprometido caso se confirme a redução prevista no orçamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que afetaria bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, afetando inclusive programas de formação de professores da educação básica.

Na semana passada, o Conselho Superior da Capes enviou ao ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, um ofício alertando para as graves conseqüências que advirão caso o presidente da República vete a parte da Lei de Diretrizes Orçamentárias que estabelece o orçamento do órgão, reduzindo o valor a um patamar inferior ao de 2018.

De acordo com o ofício, isso levaria à suspensão dos pagamentos de mais de 93 mil bolsistas de mestrado, doutorado e pós-doutorado a partir de agosto de 2019. Suspenderia também as bolsas de 105 mil bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e interromperia o funcionamento do Sistema Universidade Aberta do Brasil e dos mestrados profissionais voltados à qualificação de professores da rede pública de educação básica, além de prejudicar a continuidade de programas de fomento com destino ao exterior.

“Estamos atravessando um momento gravíssimo. Um momento de ameaça à universidade, à pesquisa, à pós-graduação, ao próprio futuro do Brasil”, disse o reitor Ricardo Marcelo. “Numa palavra, o que disse o presidente do Conselho Superior da Capes é que os mecanismos de produção de conhecimento de qualidade do Brasil estarão comprometidos caso esse corte se confirme.”

De acordo com o reitor, “este é o momento de levantar a voz contra a possibilidade desse veto por parte do presidente da República”. “A lei de diretrizes orçamentárias (em particular seu art. 22) precisa ser sancionada como foi aprovada pelo Congresso Nacional, sem vetos. Essa é uma luta fundamental, e que tem que ser travada agora por todos que estão comprometidos com a causa da educação e, portanto, com o futuro do Brasil”, destacou.