SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O velório de Eunice Paiva reuniu em São Paulo, na noite desta quinta, parentes, amigos, artistas e políticos em São Paulo.

Eunice era viúva do deputado Rubens Paiva, morto por militares em 1971, na fase mais dura da ditadura militar. Os esforços de Eunice para esclarecer a morte do marido fizeram dela um dos símbolos da luta contra as arbitrariedades da ditadura.

“Eunice foi uma mulher extraordinária”, resumiu o ex-ministro Aloizio Mercadante (PT).

Mercadante é amigo de Vera, filha mais velha de Eunice e Rubens Paiva, desde 1973.

“Eunice viveu uma situação muito difícil. Tinha cinco filhos para criar sozinha. E não tinha um atestado de óbito, um documento para comprovar a morte do marido”, comentou.

“Era uma mulher extraordinária. Toda a família foi muito atuante na causa democrática.”

Sobre a data de hoje, que marca os 50 anos da edição do AI 5, diz que a família Paiva tem um carma, uma história muito forte.

“Até a hora de despedida de Eunice foi uma hora de denunciar, de se manifestar.”

O vereador Eduardo Suplicy (PT) definiu Eunice como pessoa exemplar.

“Foi uma mulher, esposa, uma mãe exemplar. Uma das mais corajosas defensoras dos direitos humanos, da democracia e da realização da Justiça em nossa história.”

Suplicy afirmou ainda que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), deve um pedido de desculpas públicas à família Paiva.

Suplicy fazia referência a um texto que um neto de Rubens Paiva, Chico Paiva Avelino, publicou no Facebook em 2014.

Segundo Avelino, durante homenagem a seu avô na Câmara, Bolsonaro teria cuspido num busto de Rubens Paiva inaugurado na ocasião e chamado o deputado de “comunista desgraçado, vagabundo”.