O ex-vereador de Curitiba e irmão da ex-governadora Cida Borghetti (PP), Juliano Borghetti, e o proprietário da construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, foram condenados dentro do processo derivado da operação Quadro Negro, do Ministério Público Estadual que investiga desvio de recursos públicos para construção e reforma de escolas. O juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, condenou a três anos e seis meses de prisão por tráfico de influência.
O empresário – que fechou acordo de delação premiada – afirmou que fez pagamentos a Borghetti em 2015 em troca da indicação para um cargo público comissionado, dentro da estrutura da vice-governadoria. O ex-vereador teria recebido R$ 45 mil, segundo ele.
Souza foi condenado a um ano e onze meses de prisão, já levando em conta a redução de pena pelo delação firmado entre ele e o MP. O juiz apontou na sentença que o acordo de Souza limita a pena máxima do réu em 15 anos de prisão, total que já foi atingido em outras condenações. Desta forma, a Justiça informou que a execução da pena prevista fica suspensa enquanto durar o acordo. Souza também vai responder em regime semiaberto e recorrer em liberdade.
A Operação Quadro Negro investiga o desvio de pelo menos R$ 20 milhões durante o governo Beto Richa (PSDB). Segundo a denúncia do MP, Richa seria ochefe e principal beneficiário do esquema. Ele chegou a ser preso por obstrução da Justiça mas conseguiu recurso para deixar a prisão. O processo é baseado na delação ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação Maurício Fanini que foi preso em 2017 e disse que o dinheiro desviado era repassado a Richa. A defesa de Juliano Borghetti disse que ele é inocente e que vai recorrer.