WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O Facebook Brasil removeu 74 grupos, 57 contas e 7 páginas de sua rede social nesta quarta (15) por meio dos quais usuários vendiam curtidas, seguidores e páginas, o que viola as políticas de autenticidade e spam da rede social.

A ação foi resultado de uma investigação realizada pelo Digital Forensic Research Lab, do Atlantic Council, um "think tank" americano, que revela como um grupo de usuários brasileiros comercializa likes, seguidores e páginas.

A instituição tem fornecido informações em tempo real ao Facebook sobre ameaças de abusos e campanhas de desinformação.

O trabalho começou a ser realizado no meio do ano, durante a eleição mexicana. Segundo Ben Nimmo, especialista do Atlantic Council responsável pela investigação, o alvo inicial era um homem conhecido como "rei das fake news" do país, que estaria ajudando políticos a impulsionar suas publicações nas redes sociais.

Analisando as publicações político-partidárias ligadas ao usuário, ele e sua equipe estranharam o fato de que boa parte das curtidas era de contas brasileiras.

Chegou até um grupo chamado PCSD, cujo objetivo era "reunir todos os administradores de páginas do Facebook para troca de conhecimento, negociações e lucros usando a rede social", como dizia a sua descrição na rede social.

O foco dos brasileiros investigados não era o compartilhamento de conteúdos político-partidários, ao contrário do que faziam os mexicanos, mas de notícias sobre novelas e textos de opinião, por exemplo.

Mas Nimmo acredita que o mecanismo tenha potencial para influenciar as eleições brasileiras.

"Não dá para esperar que as fake news surjam para combatê-las, já que elas se espalham na velocidade da internet", diz. "O problema em potencial deve ser resolvido antes que tenha a chance de se tornar um problema de fato, senão pode ser tarde demais", diz.

Por meio de nota, o Facebook disse que tem investido "em pessoas e tecnologia para manter pessoas mal-intencionadas e conteúdo ruim" fora da rede social.

A empresa diz que tem cerca de 20 mil funcionários em todo o mundo trabalhando na segurança e revisão de conteúdos.