As Fake News ocorrem com grande intensidade em períodos de eleições ou outros eventos significativos, informações falsas em que se ataca pessoas, partidos políticos ou ideologias são espalhadas pelas redes sociais, WhatsApp, Twitter, Facebook, Youtube, e estimulam ódio, agressões, medo, rancores.

Pesquisas mostram que grupos radicalizados, de direita ou de esquerda, formam os maiores nichos de propagação dessas notícias, quando sentem necessidade de alavancar candidatos ou ideias que favoreçam suas plataformas ideológicas; por isso discute-se fortemente a mudança do Marco Civil da Internet, e muitos protestam que este poderia ter como custo a liberdade de expressão se as redes sociais fossem impactadas ao ponto de se tornarem mais fechadas, ou pelo menos limitassem a interação entre os usuários.

Este Marco Civil é “a lei que regula o uso da Internet no Brasil por meio da previsão de princípios, garantias, direitos e deveres para quem usa a rede, bem como da determinação de diretrizes para a atuação do Estado”, e na verdade a sua simples promulgação talvez não fosse mesmo suficiente, pelo menos se não for precedida de uma conscientização da população sobre o que é Fake News e como evitar a disseminação de informação falsa.

Embora a excessiva judicialização de todas as áreas – saúde, administrativa, comercial, educacional e outras – esteja atrapalhando e produzindo muito contencioso em questões que poderiam ser mais facilmente resolvidas com um pouco de bom senso, em casos graves o acionamento judicial pode ser necessário, calúnias e agressões graves existem, mas uma boa medida poderia ser a publicação do nome da primeira pessoa que postasse a notícia ou imagem, de forma a caracterizar a responsabilidade.

Medidas simples podem ser eficazes, como: nunca divulgar notícia antes de verificar sua veracidade, checar se a fonte e os autores da notícia são confiáveis, ler a notícia de forma completa, desconfiando de informações vagas: “uma moça moradora de um bairro” sem especificar qual, “um dentista” sem qualquer outra informação mais específica, verificação de local e data, pois notícias verdadeiras ocorridas muitos anos atrás podem ser divulgadas como tendo ocorrido ontem,  e senso crítico para não acreditar em tudo que se recebe por qualquer meio.

Notícias inverídicas ocorrem em política, comportamentos, saúde, religião, são uma tendência pois tem rápida proliferação e alcance, ao mesmo tempo que lento processo de verificação, e podem, por isso, atuarem como ferramentas de persuasão na tomada de decisão de muitos.

Robôs caça-cliques, também chamados de “clickbaits”, normalmente têm objetivo de chamar a atenção por títulos ou imagens sensacionalistas, e costumam oferecer maior visibilidade a uma informação, frequentemente com finalidades comerciais, e podem ser grandes divulgadores de mentiras, usando textos ou imagens chamativas para provocar reações nos leitores, e são utilizados principalmente no YouTube e Facebook, que tem tentado medidas para minimizar sua ocorrência. Mas isso não é simples, são muitas as formas de reatualizar um conteúdo bloqueado.

Pessoas distorcem informações para proveito ideológico ou financeiro, contando com a pouca averiguação oficial; porém ultimamente alguns veículos têm surgido para desfazer vários mitos e mentiras espalhadas pelas Fake News, e seus estudos indicando as principais áreas sob ataque são importantes para elucidar a legitimidade dos fatos.

Atualmente, quando a pandemia e a necessidade de distanciamento obrigam que grande parte dos contatos profissionais, educacionais, familiares, e até afetivos, sejam feitos de forma virtual, as diversas redes sociais assumem maior importância e seu uso responsável e consciente passa a ser fundamental.

Instituições educacionais podem ser úteis oferecendo palestras e promovendo debates sobre o tema, mas apreciação da verdade acima de lucro e meros interesses partidários que costumam ser passageiros, também é missão familiar.

 

Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.