LEONARDO FUHRMANN SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A falta de uma rede de internet de alta capacidade de transmissão de dados e a falta de um treinamento para os professores são as principais dificuldades hoje para o uso dos celulares com a finalidade pedagógica nas escolas da rede estadual.

Na segunda-feira (6), o governador Geraldo Alckmin (PSDB) sancionou uma lei que autorizou o uso dos telefones nas aulas para auxiliar o ensino. Na terça (7), na Escola Estadual Milton da Silva Rodrigues, no Moinho Velho, na Freguesia do Ó (zona norte), considerada um modelo da rede pelo uso de celulares em sala de aula, um professor usou o telefone dele como roteador (equipamento que emite o sinal de internet). Assim, os alunos que não tinham internet em seus celulares conseguiram acessar a rede.

Por enquanto, as escolas ainda não têm rede de internet para os alunos acessarem pelo celular. A internet existente é usada apenas nos computadores para fins pedagógicos e administrativos. O diretor da escola Milton da Silva Rodrigues, Osmar Francisco de Carvalho, afirma que o uso do celular foi incluído no plano pedagógico em 2014. “É um trabalho de tirar o papel de vilão do ensino que o celular tinha e transformá-lo em uma ferramenta do ensino”, afirma.

Ele diz que muitas vezes as sugestões partem dos alunos. “Eles me ensinaram a usar a calculadora do celular como científica”, diz. Segundo Carvalho, o diálogo com os alunos é fundamental. “É como quando um jovem ensina aos pais ou aos avós como usar uma ferramenta. Precisamos escutá-los”, diz.

O professor de Matemática José Carlos de Carvalho afirma que há muitas possibilidades para o celular no ensino, mas os professores precisam conhecê-las. “Seria bom um curso de formação”, diz. Ele não recebeu treinamento. Foi no decorrer das aulas que descobriu como usar o celular para ensinar.