O brasileiro tem o hábito de ler pouco, ao menos quando se trata de livros não didáticos. Essa máxima foi confirmada pela pesquisa O Livro no Orçamento Familiar, que apontou o universo de leitores do País formado apenas por 7,47% da população. Ou seja, cerca de 11,205 milhões um pouco mais da população paranaense.

Outro dado interessante apontado foi o comprometimento da renda familiar com a compra de livros — 0,05 %. Esse dado da pesquisa considera apenas a aquisição de livros não didáticos. Por família, esse montante representa cerca de R$ 11 por ano, conforme mostra o levantamento.
O estudo foi realizado com base na Pesquisa de Orçamentos Familiares, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no final de 2007, e permitiu traçar o perfil do mercado consumidor, por nível de renda, escolaridade, local de compra e outras variáveis importantes. A pesquisa “O Livro no Orçamento Familiar” comparou a soma dos gastos das famílias brasileiras com material de leitura a outras despesas não essenciais.
Os gastos com o conjunto de itens de material de leitura foram de R$ 5,471 bilhões, somando-se o total de despesas com revistas, jornais, livros didáticos e não-didáticos, fotocópias, livros religiosos, técnicos, dicionários, apostilas e bibliotecas.

O gasto médio anual com revistas, por família, por exemplo, chega a R$ 42,00. Com jornais, esse dado é de R$ 17,00.
A estudante Suelen Sava é uma exceção. Ela compra em média, de dois a três livros por mês e estima gastar R$ 100. Para manter esse hábito, ela confessa que, por vezes, tem de dar um jeitinho. “Tem meses que eu deixo de comprar coisas que eu gosto e quero para sobrar dinheiro para os livros”, revela.
Os livros que ela mais gosta de ler são aqueles baseados em histórias reais e biografias de cantores. “Eu vou até a livraria e circulo por lá até encontrar algo que me agrade. Às vezes já tenho o livro que quero comprar em mente, mas eu sempre procuro material ligado à música. Aliás, há falta de livros nessa área”, reclama a estudante.

Revistas — O principal item de leitura consumido pelas famílias brasileiras, em todas as faixas de renda e para todos os níveis de escolaridade, é o grupo composto pelas revistas e jornais, que representam, respectivamente, 37,1% e 15,2% do total dos valores despendidos. Ou seja, mais da metade (52,3%) de todo o gasto com leitura destina-se a revistas e jornais. A despesa com livros didáticos representa 19,6% do total – praticamente 1/5 do gasto com leitura vai para livros escolares, de todos os níveis.

Entidades do livro analisam pesquisa do IBGE e concluem que na média nacional, 40,7% das famílias brasileiras adquirem algum tipo de material de leitura. Mas o gasto com fotocópias é quase o mesmo despendido com livros não-didáticos.
A pesquisa foi encomendada pela Associação Brasileira de Difusão do Livro, Associação Brasileira de Direitos Reprográficos,  Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro, Associação Nacional de Livrarias, Câmara Brasileira do Livro, Câmara Rio-Grandense do Livro, Sindicato Nacional dos Editores de Livros e Instituto Pró-Livro.